TENSÕES À VOLTA DO MUNDO

O mundo continua em lume brando. Depois da guerra fria e das múltiplas tensões surgidas um pouco por todo o lado, pensou-se que de repente haveria sinais de boas vontades vindas do Irão, através do discurso do novo Presidente ao apelar ao diálogo com o Ocidente e ao fim das sanções que têm caracterizado as relações com aquele País nas últimas décadas.

Ao mesmo tempo, israelitas e palestinianos sentavam-se à mesa das negociações mostrando, desta forma, as melhores intenções para acalmar as tensões no médio oriente e cujo desfecho terá sempre reflexos a nível mundial.

Mas quando estes sinais vieram a público, outras ameaças não se fizeram esperar. Estados Unidos e outros parceiros europeus passaram a reforçar a presença policial em muitas embaixadas e consulados nos países do Médio Oriente e África. Há mesmo casos em que as embaixadas foram encerradas, porque os Estados Unidos entenderam como credíveis as recentes ameaças lançadas pela Al-Qaeda.

Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém e o medo está outra vez a instalar-se entre nós, porque com este alerta global os norte americanos apenas prenunciam que um atentado terrorista pode acontecer a qualquer momento e não se sabe onde.

Mas a confusão recente não se fica por aqui. O ex-agente da CIA Edward Snowden acabou por ficar na Rússia contra as expectativas de muitos analistas. Esta atitude levou ao cancelamento de uma cimeira prevista, no próximo mês, entre os presidentes Obama e Vladimir Putin. Mas neste caso, não se trata de medo do terrorismo, mas de uma tensão desconfortável e de consequências imprevisíveis.

Mais inesperada ainda a tensão que se vive entre Inglaterra e Espanha por causa do rochedo mais famoso do mundo: Gibraltar. Espanha começou a aplicar um controlo de fronteira que ninguém suporia e já se fala em recursos ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para pôr fim a um caso criado só para aborrecer. Gibraltar pertence ao Reino Unido desde 1713, através do Tratado de Utreque, em que o rei Filipe V cedeu a soberania de Gibraltar para sempre.

Se os políticos de hoje se desmentem e desautorizam a toda a hora, os espanhóis perguntam porquê, então, a palavra de Filipe V, há 300 anos, valer assim tanto? Não se podem é esquecer que do outro lado do Mediterrâneo têm um caso idêntico chamado Ceuta e cuja ocupação nem sequer está assinada em qualquer tratado.

A Direção