
Donald Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas mundiais, enquanto mantém uma taxa básica de 10%, a 9 de abril. No entanto, o Canadá não foi arrolado na pausa temporária, e o premier de Ontário, Doug Ford exprimiu ter ficado em choque com a decisão de Trump.
No Canadá foram mantidas as tarifas de 25% sobre todas as importações dos EUA ao país vizinho, com excepção dos produtos abrangidos pelo acordo comercial entre Canadá, Estados Unidos e México. Também as tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio do Canadá persistiram em vigor.
Doug Ford referiu também estar preocupado com a interrupção das negociações do Canadá com os EUA devido às eleições federais em curso.
No entanto, Mark Carney, atual primeiro-ministro canadiano e candidato à posição nas eleições federais, interrompeu novamente a sua campanha a 11 de abril.
Carney suspendeu a sua agenda eleitoral para reunir-se com a Comissão do Gabinete de relações Canadá-EUA e segurança nacional.
No dia anterior à reunião do gabinete, Carney reuniu-se com Joe Mancinelli, Vice-Presidente Internacional e Diretor Regional para o Canadá Central e Oriental na LiUNA. O líder sindical partilhou o momento nas redes sociais, sublinhando que partilhou a posição da LiUNA na defesa dos trabalhadores no meio dos receios e incertezas da guerra comercial.
Carney contactou ainda com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltando a aprofundar a necessidade de fortalecer os laços económicos e de segurança em ambos os lados do Atlântico.
Enquanto isso, o impacto das tarifas na indústria automóvel do Canadá evidencia-se fortemente. A General Motors (GM) cancelou turnos da sua fábrica em Oshawa e emitiu uma declaração de encerramento da fábrica GM CAMI Assembly em Ingersoll, Ontário, até outubro. Em causa fica a possibilidade de despedimento temporário de cerca de 500 funcionários. A empresa justifica a decisão com a necessidade de reequilíbrio do estoque, desfalcado pelas tarifas americanas.