TÃO AMIGOS QUE ELES ERAM

Depois daquele jogo memorável em Estocolmo, em que Ronaldo carrega com tudo às costas e qualifica Portugal para o campeonato do mundo, nada fazia prever o que agora se está a passar. Começamos mal a qualificação para ter acesso ao Brasil, mas como sempre e com a calculadora em cima da mesa conseguimos chegar ao play off. Foi aí que nos impusemos e quisemos mostrar que temos raça e vontade em vencer.

Um pouco por todo o mundo, os portugueses foram vibrando com o aproximar da data dos jogos. De todo o lado chegaram ao Brasil. Os outros colaram-se aos écrans e bora lá vibrar com tudo isto. Os jogadores transformaram-se em heróis antes de o serem. Como sempre, os estágios e os treinos despertaram a curiosidade e os adeptos seguiram a par e passo todos os movimentos. Cada jogador era solicitado para projetar esta ou aquela marca. A toda a hora apareciam em novos cenários mais preocupados com a imagem e os frutos que daí poderiam colher. Os jogadores da seleção portuguesa venderam bem as marcas portuguesas.

Chegada a hora da bola, do que efetivamente todos esperavam, o resultado não poderia ter sido pior. Como sempre começamos mal e, desta vez, pior do que o esperado. Em resultado do primeiro desaire muita coisa foi dita mas o pior estava para vir. A seleção já não reúne consensos e porquê? Pois agora verifica-se que tudo aquilo é uma máquina de interesses e que o menos importante é jogar futebol e ganhar. Antes do mais há inúmeros jogos de bastidores movidos e dirigidos por quem não tem como objetivo o interesse nacional, mas sim a tática da defesa das múltiplas capelinhas que vegetam e abundam em torno do futebol.

Os jogadores não têm contrato, apenas o selecionador. Este, antes da partida para o mundial quis ver o seu contrato prolongado por mais dois anos. Argumentava que assim seria mais confortável para enfrentar este período de tensão. Os jogadores, apesar de não terem contrato, mais parecia o contrário, pois são sempre os mesmos não importando o seu estado físico ou psíquico. O grupo do Paulo Bento é aquele e vão cair todos ao mesmo tempo. A renovação tão propalada será feita com outro treinador. Este já demonstrou que não tem essa capacidade e nem vontade em apostar e investir no futuro.

Os próximos dias vão ser férteis em discussões e muita coisa vai ser dita que nunca se imaginaria. À boa maneira portuguesa, quando se zangam as comadres sabem-se as verdades. E o curioso é que eles pareciam tão amigos. Agora vamos pensar no Euro 2016 e torcer para que as contas sejam feitas com vitórias nossas e não dos outros em nosso benefício.

A Direção