Sobe para 940 o número de mortos em conflitos intercomunitários na Síria

Damasco, 19 jul 2025 (Lusa) — Pelo menos 940 pessoas morreram em confrontos intercomunitários na província de Sweida, de maioria drusa, no sul da Síria, de acordo com um novo balanço do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a organização não-governamental (ONG), 588 drusos — 326 combatentes e 262 civis — foram mortos, incluindo 182 “executados sumariamente por membros dos Ministérios da Defesa e do Interior”.

Entre os mortos, estão também 312 membros das forças governamentais e 21 beduínos sunitas, incluindo três civis “executados sumariamente por combatentes drusos”, segundo o OSDH.

Além disso, 15 membros das forças governamentais foram mortos em ataques israelitas, segundo a ONG.

Os confrontos começaram no domingo passado entre combatentes drusos e tribos beduínas na cidade de Sweida, no sul da Síria, antes da intervenção das forças do Governo sírio, acusadas de também terem combatido os grupos drusos.

A situação levou Israel, que apoia os drusos, a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa.

Em comunicado, a Presidência síria anunciou hoje um “cessar-fogo imediato” e apelou a “todas as partes que o respeitem integralmente” após a violência que envolveu os drusos, uma minoria esotérica de um ramo do Islão.

O Governo interino do Presidente sírio, Ahmad al-Charaa, anunciou também o reenvio das suas forças para a província de Sweida, após um acordo de cessar-fogo assinado – sob mediação dos Estados Unidos – com Israel, que anteriormente se opunha à presença de forças do Governo sírio na região.

Na sexta-feira, o enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, anunciou que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e Al-Charaa “concordaram com um cessar-fogo”.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicou que quase 80.000 pessoas fugiram das suas casas na província de Sweida, na sequência da violência.

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