Lisboa, 19 jan (Lusa) — O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) defendeu hoje no parlamento que as mudanças na educação devem acontecer de forma gradual e que só é possível fazer aferição das aprendizagens no final do ciclo, não a meio.
“A natureza dos testes que é proposta é uma natureza de diagnóstico, nem são de aferição, porque eu só posso aferir no final de cada ciclo. Nem todos os miúdos aprendem à mesma velocidade e da mesma maneira. O primeiro ciclo é aquele que dura mais tempo, são quatro anos, precisamente para estabilizar os processos de aprendizagem. Só posso fazer a aferição em torno do padrão quando o padrão estiver estabilizado. E essa estabilização faz-se no final, não se faz a meio. O que se põe aqui é converter testes intermédios em provas de aferição. Só que aferição é feita no final do ciclo, não a meio”, defendeu David Justino, presidente do CNE.
Na audição pela comissão parlamentar de educação a propósito do parecer do CNE sobre avaliação externa apresentado pelo conselho no início do mês, David Justino respondeu às questões dos deputados sobre a mudança no modelo de avaliação do ensino básico introduzida pelo ministro Tiago Brandão Rodrigues, dizendo não poder quantificar “o impacto” das alterações anunciadas, por ser algo novo.