
Seul, 09 nov 2025 (Lusa) — O Governo da Coreia do Sul admitiu ajustar os exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos para facilitar uma cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
“Para que uma cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos se realize no primeiro semestre do próximo ano, o ajustamento dos exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos será inevitável”, disse o ministro da Unificação.
No sábado, Chung Dong-young defendeu que o período que antecede a visita de Trump a Pequim, prevista para abril, será um “momento crucial” e apelou a esforços activos entre agora e março para facilitar o encontro.
O ministro falava no sábado, num discurso proferido num evento para jovens em Seul e citado pela agência de notícias pública sul-coreana Yonhap.
As declarações de Chung surgiram pouco depois de o ministro da Defesa norte-coreano ter condenado os recentes exercícios aéreos entre Seul e Washington e a visita do porta-aviões USS George Washington à Coreia do Sul.
No Kwang-chol acusou ambos os aliados de intensificarem as tensões na península coreana e prometeu que Pyongyang iria tomar “ações mais ofensivas”.
De acordo com o Serviço Nacional de Informações (NIS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul, Kim considerou a possibilidade de se encontrar com Trump durante a recente visita do Presidente norte-americano à Coreia do Sul no final de outubro, à margem do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico.
O encontro não se concretizou apesar dos repetidos convites de Trump.
O NIS indicou ainda que não descarta a possibilidade de um encontro entre Kim e Trump após importantes exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os EUA, agendados para março de 2026.
Na sexta-feira, o exército da Coreia do Sul anunciou que o Norte lançou um míssil balístico não identificado no mar do Japão, um dia depois de Pyongyang ter ameaçado retaliar contra sanções impostas pelos Estados Unidos.
Também a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, confirmou o lançamento do míssil, em comunicado de imprensa.
“Acredita-se que tenha caído fora da ZEE [Zona Económica Exclusiva] do nosso país e, neste momento, não há informações confirmadas sobre danos”, disse a chefe de Governo.
Na quinta-feira, Pyongyang tinha prometido “responder adequadamente” a novas sanções norte-americanas.
Os EUA sancionaram oito indivíduos e duas empresas na quarta-feira por lavagem de dinheiro com origem em atividades ilícitas, como burlas cibernéticas, e destinado a financiar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.
A diplomacia entre Trump e Kim descarrilou durante o primeiro mandato do republicano, em 2019, devido a divergências sobre a troca do alívio das sanções por medidas para desmantelar o programa nuclear de Pyongyang.
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