O Senegal fechou a sua fronteira terrestre com a Guiné este fim-de-semana, para evitar a propagação do vírus Ébola , que as autoridades guineenses dizem ser suspeito de matar mais de 70 pessoas, naquele que é considerado o maior surto mortal dos últimos sete anos.
A descoberta de 11 pessoas suspeitas de terem morrido por contaminação com o vírus Ebola na Serra Leoa e na Libéria, nos últimos dias, está a provocar preocupação pela doença infecciosa mais letal, jamais conhecida pelo Homem, poder espalhar-se no canto pobre da África Ocidental, onde os sistemas de saúde estão mal equipados para lidar com a doença.
O Ministério do Interior do Senegal já comunicou que foi fechada a fronteira terrestre com a Guiné junto da na região sul de Kolda e da região sudeste do Kedougou e as autoridades senegalesas vão introduzir controlos sanitários nos voos entre Dakar e a Guiné Conakry, onde foram confirmados oito casos de Ebola , incluindo uma morte .
Os ministros das Relações Exteriores do Oeste Africano reconheceram na conferência na Costa do Marfim que decorreu durante a semana, que o surto de Ébola é uma ameaça à segurança regional.
A chegada da doença à capital Conakry levanta mais preocupações porque causa das condições em que vivem centenas de milhares de pessoas, a maioria em barracas, sendo grupo de risco em comparação com as aldeias pouco povoadas do interior da floresta.
Sakoba Keita , chefe da divisão de prevenção do Ministério da Saúde da Guiné, afirma que não há necessidade de pânico e que a propagação da doença pode ser evitada, através de medidas sanitárias simples, como lavar as mãos regularmente e a quarentena das vítimas, mas reconhece que há 6 médicos, entre outros funcionários hospitalares contaminados.
Não há vacina e não há cura conhecida para a doença, que inicialmente provoca febre, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza e na fase mais aguda, provoca vómitos, diarreia e hemorragias externas que podem infetar qualquer um que toque nas vítimas.
Ebola já matou mais de 1.500 pessoas desde que foi registada como doença, pela primeira vez em 1976 no que hoje é a República Democrática do Congo e este é o primeiro surto fatal na África Ocidental, desde que 187 pessoas morreram em Luebo , na província de Kasai Oriental do Congo, em 2007.
A Guiné está a implementar um laboratório móvel para a região sul de Gueckedou para acelerar a identificação da doença e amostras de teste a partir de Serra Leoa e na Libéria .