
A Rússia afirmou que os observadores da OSCE que foram hoje impedidos de entrar na Crimeia, pelo segundo dia consecutivo, não tinham “convites oficiais” das autoridades da república autónoma ucraniana.
Os observadores tentaram entrar na Crimeia ignorando o princípio do consenso, que é fundamental para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), sem ter em consideração as opiniões e recomendações da parte russa, sem esperar por convites oficiais da parte da Crimeia, lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Cerca de 40 observadores da OSCE foram hoje impedidos por homens armados de entrar na Crimeia, tal como tinha acontecido na véspera, Moscovo acusa a OSCE de seguir as piores tradições de dois pesos e duas medidas” e de fechar os olhos a “atos violentos de forças extremistas” na Ucrânia.
A Rússia qualifica as novas autoridades ucranianas de extremistas e acusa-as de terem tomado o poder pelas armas, na sequência da destituição do presidente ucraniano Viktor Inaukovitch, considerado próximo de Moscovo.
Já na capital russa, junto ao Kremlin, mais de 65.000 pessoas concentraram-se numa manifestação que estava autorizada apenas para 500 pessoas. Tudo começou no centro de Moscovo com um concerto organizado em apoio aos habitantes da Crimeia, república autónoma ucraniana cujas autoridades pró-russas pediram uma reanexação à Rússia, anunciou a polícia moscovita.
Perante o clima de tensão, também a empresa estatal de gás russa Gazprom avisou hoje a Ucrânia de que pode cortar o fornecimento de gás se o país não pagar a dívida de 1,89 mil milhões de dólares (1,36 mil milhões de euros).
Já em 2009, a Gazprom cortou o fornecimento de gás à Ucrânia, interrompendo com isso o fornecimento de vários países europeus. A Europa importa cerca de um terço do gás que consome da Rússia, quase todo através de gasodutos que atravessam a Ucrânia.
O responsável indicou que termina hoje o prazo dado a Kiev para pagar o gás fornecido em fevereiro.