SAÚDE ANIMAL AMEAÇA HUMANOS

A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o perigo do uso de remédios humanos em animais. (DEAN GOLJA)
A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o perigo do uso de remédios humanos em animais. (DEAN GOLJA)
A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o perigo do uso de remédios humanos em animais. (DEAN GOLJA)
A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o perigo do uso de remédios humanos em animais.
(DEAN GOLJA)

As farmácias estão a vender medicamentos de uso veterinário sem receita médica e remédios de humanos para tratar animais, devido à falta de medicamentos veterinários. Há farmacêuticos que chegam mesmo a sugerir o tratamento para o animal. A denúncia é feita pela Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), que alerta para os riscos na saúde animal e pública.
Após várias denúncias, a OMV encomendou um estudo e concluiu que cerca de 90% das farmácias de Lisboa e Porto (e as suas zonas limítrofes) vendem antibióticos para animais sem solicitar a receita médico-veterinária. Já 50% das farmácias sugeriram o tratamento para o animal e escolheram o antibiótico que venderam.
“Trata-se de uma situação muito grave, que tem impacto nos animais e nos humanos. Uma maneira de diminuir o número de bactérias resistentes é através do correto uso de antibióticos. Sem isso, há o risco de transmissão de bactérias resistentes de animais para humanos e vice-versa. Uma medida de combate é a aplicação correta do antibiótico, em termos de doses e duração”, explicou ao CM Laurentina Pedroso, bastonária da OMV.
A Direção-Geral de Saúde reagiu ontem aos resultados do estudo e classificou a situação de “preocupante”. “Sabíamos que existia, mas não com a magnitude que é agora exibida pelo estudo. Vamos ter de levar muito a sério novas regras para a utilização de antibióticos, quer em saúde pública humana, quer em saúde animal”, referiu Francisco George, diretor-geral da Saúde.
O responsável também alertou para o perigo da resistência das bactérias aos antibióticos e esclareceu que “a dispensa só pode ser realizada no seguimento de uma prescrição médica: médico de seres humanos ou médico veterinário para animais”. A OMV reuniu-se ontem com a Direção-Geral de Saúde, onde apresentou os resultados do estudo.