O secretário-geral-adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Pier Carlo Padoan, afirmou ontem no Parlamento que Portugal precisa de “se perguntar se está pronto para abdicar de alguns serviços da Função Pública”.
O economista-chefe da organização confirmou aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças que, de acordo com o relatório da OCDE, “existe margem para melhorar a qualidade da despesa pública” e que o País precisa de uma força de trabalho no Estado que esteja “motivada”.
De acordo com o economista, “Portugal já fez muito” nestes dois anos e três meses do programa de ajustamento económico e financeiro, mas considera que “ainda tem de fazer mais”. Apesar da cautela, o italiano mostrou que a OCDE está otimista quanto à recuperação de Portugal e considerou que “há espaço para melhorias na economia portuguesa”.
O secretário-geral-adjunto da OCDE esteve também ontem de manhã no Banco de Portugal onde falou sobre a emigração, que considerou um dos principais problemas que Portugal enfrenta no presente, mas também “alongo prazo”, com milhares de jovens licenciados a abandonarem o País todos os anos.
Carlo Padoan afirmou que o País “pode aumentar a sua capacidade de inovação, mas que “isso implica ter um capital humano maior e mais forte”. Só encorajando os trabalhadores “a ficar no País ou a regressar, caso tenham emigrado, é que isso se torna possível”.
Em relação à crise política portuguesa deste verão, Padoan considerou que “a incerteza política é má para os programas de ajustamento” económico de um país, apesar de não ter dúvidas de que“ Portugal vai recuperar” deste mau período em que se encontra.