Rússia considera que EUA ainda não estão prontos para normalização diplomática

Moscovo, 25 jun 2025 (Lusa) — As autoridades russas indicaram hoje que os Estados Unidos não estão prontos para levantar as restrições das respetivas missões diplomáticas, após Washington ter cancelado uma reunião no âmbito da normalização as relações entre os dois países.

Desde o regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, em janeiro passado, Moscovo e Washington começaram a reatar relações após anos de tensões extremas relacionadas sobretudo com o conflito na Ucrânia, mas persistem muitas divergências.

“Apesar de alguns progressos, o lado norte-americano ainda não está preparado para abandonar seriamente as dificuldades que foram criadas para o trabalho das missões diplomáticas”, afirmou Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do Presidente russo, Vladimir Putin, em conferência de imprensa.

Em 16 de junho, Moscovo anunciou que os Estados Unidos tinham cancelado a próxima reunião bilateral sobre a normalização do trabalho das respetivas embaixadas, após vários anos de várias expulsões de diplomatas e obstáculos ao funcionamento das suas representações.

“Esperamos que esta pausa não seja muito longa”, comentou na altura a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, sem adiantar uma nova data para uma futura reunião.

De acordo com Yuri Ushakov, o embaixador russo em Washington, Alexander Darchyev, “esteve em Moscovo para consultas” e está a viajar hoje de regresso à capital norte-americana.

As duas potências realizaram recentemente duas rondas de negociações na Turquia sobre o assunto.

Mas o ímpeto das discussões abrandou nas últimas semanas, e a perspetiva de um acordo rápido, a par da resolução do conflito na Ucrânia, país invadido pela Rússia, é agora bastante incerta.

O Kremlin reconheceu que permanecem “muitos obstáculos” nas relações com Washington, considerando”improvável que se possa esperar resultados rápidos”.

Além da questão ucraniana, russos e norte-americanos querem também discutir questões mais vastas, como as suas relações económicas, a arquitetura de segurança na Europa e o controlo de armamento.

HB // APN

Lusa/Fim