
Dado que o Canadá pretende construir casas mais rapidamente, tanto o sector público como o privado terão de aumentar as despesas com as infra-estruturas municipais, segundo um novo relatório do Canadian Urban Institute.
O relatório, financiado pelo Banco Canadiano de Infra-estruturas, estima que o custo médio das infra-estruturas necessárias para apoiar a construção de habitações excede, provavelmente, os $100.000 por cada casa recém-construída. Isto inclui o financiamento de recursos, como transportes públicos, estradas, linhas de água, escolas, quartéis de bombeiros ou instalações recreativas.
O Canada Mortgage and Housing Corp. prevê que o Canadá necessite de mais 3,5 milhões de unidades habitacionais até 2030, para além dos 2,3 milhões já projetados para serem construídos, para restaurar a acessibilidade aos níveis registados em 2004.
Esse nível de aumento do número de habitações iniciadas – mais de 500.000 casas por ano – é equivalente a construir uma nova cidade do tamanho de Calgary todos os anos, durante sete anos, observou o autor do relatório, Michael Fenn, antigo vice-ministro dos assuntos municipais e da habitação do Ontário, que também foi administrador-chefe municipal em Hamilton e Burlington, Ontário.
“A crise da habitação no Canadá é, em grande medida, uma crise de investimento”, afirmou a Diretora Executiva do Canadian Urban Institute, Mary W. Rowe, num comunicado de imprensa.
“Sim, o Canadá precisa de mais habitação, mas para atingir este objetivo, precisamos das infra-estruturas necessárias – as linhas de água, ruas, esgotos, drenagens pluviais e todos os outros serviços municipais essenciais – que tornam possíveis as novas casas.”
O relatório destaca, também, os obstáculos ao financiamento de novos projetos de habitação, como a relutância das autarquias em contrair dívidas ou aumentar impostos, e a exigência de que promotores imobiliários paguem antecipadamente por infra-estruturas. Há, também, resistência ao uso do setor privado em infra-estruturas públicas.
O relatório sugere alternativas, como substituir taxas pré-pagas por pagamentos ao longo da vida útil das infra-estruturas e desenvolver novos instrumentos de financiamento que dividam os custos entre beneficiários e promotores. Outras recomendações incluem mobilizar o capital privado e compartilhar os riscos financeiros com investidores institucionais.