
Tóquio, 04 ago 2025 (Lusa) — O Japão registou hoje recordes de calor em 17 localidades, depois de junho e julho terem sido os meses mais quentes de sempre no arquipélago, anunciou a Agência Meteorológica Japonesa (JMA, na sigla em inglês).
A cidade de Komatsu, na região central de Ishikawa, registou um novo recorde de 40,3 °C, disse a JMA, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Na mesma região, Toyama registou 39,8 °C, uma temperatura que não ocorria desde o início dos registos, há 126 anos, segundo a agência meteorológica japonesa.
Quinze outras localidades atingiram novos máximos entre 35,7 °C e 39,8 °C, acrescentou a JMA, que monitoriza mais de 900 pontos no arquipélago da Ásia Oriental.
No final de julho, o Japão registou a temperatura mais elevada de sempre, com 41,2 °C em Tamba, na região ocidental de Hyogo.
Os cientistas demonstraram que as alterações climáticas provocadas pelo homem estão a tornar as ondas de calor mais intensas, mais frequentes e mais generalizadas, referiu a AFP.
Os meteorologistas japoneses têm advertido contra uma ligação direta entre condições meteorológicas específicas, como o calor elevado num determinado período, e as alterações climáticas a longo prazo.
No entanto, observaram que o aquecimento global tem vindo a alimentar fenómenos meteorológicos imprevisíveis nos últimos anos.
O verão de 2024 foi o mais quente alguma vez registado no arquipélago, a par do recorde estabelecido em 2023, seguido do outono mais quente desde o início dos registos.
Este ano, a estação das chuvas terminou na região ocidental cerca de três semanas mais cedo do que o habitual.
Com a fraca pluviosidade e o calor intenso, várias barragens do norte ficaram quase vazias, indicou o Ministério do Território japonês.
Os agricultores receiam que a falta de água e o calor extremo causem uma quebra de colheitas.
Outro sinal do aquecimento global tem a ver com as emblemáticas cerejeiras, que estão a florescer mais cedo ou a não florescer porque os outonos e invernos não são suficientemente frios para desencadear a floração.
O icónico manto de neve do Monte Fuji só apareceu no início de novembro de 2024, quase um mês mais tarde do que tem sido normal.
Entre os continentes, a Europa registou o aquecimento mais rápido desde 1990, seguida de perto pela Ásia, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
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