Mwanza, Malaui, 31 jan (Lusa) – Refugiados moçambicanos no Malaui, que fugiram da crise político-militar em Moçambique, condicionam o regresso ao seu país ao fim da atual situação de instabilidade militar entre o Governo e a oposição da Renamo.
“Eu vi blindados dos camaradas das fademos [Forças Armadas] entrarem em Ndande [distrito de Moatize, província de Tete) para perseguir a população e a Renamo [Resistência Nacional Moçambicana]. Não há condições para voltar sem haver paz”, declarou à Lusa Fátima Niquise, mãe de nove filhos, que chegou a 08 de janeiro ao centro de refugiados de Kapise, no Maláui.
A agricultora de 45 anos disse ter escapado por quatro vezes a perseguições das forças estatais em aldeias diferentes, num relato semelhante a outros refugiados ouvidos pela Lusa e igualmente reproduzidos pelo administrador malauiano de Mwanza, o distrito que acolhe o centro de refugiados de Kapise onde finalmente chegou Fátima Niquise, à procura de segurança.