Putin promulga lei que prevê convocatória militar durante todo o ano

Moscovo, 04 nov 2025 (Lusa) — O Presidente russo, Vladimir Putin, promulgou hoje uma lei que prevê a chamada para exames no âmbito do serviço militar durante todo o ano, em vez das duas convocatórias anteriores, de acordo com o boletim oficial.

Esta lei, aprovada pela Duma (câmara baixa do parlamento russo) no final de outubro, junta-se a outra iniciativa legislativa, que o líder russo também promulgou hoje e que permite o envio de reservistas para proteger infraestruturas e instalações críticas.

No que toca à chamada para o serviço militar, a nova legislação autoriza os gabinetes de recrutamento a convocar os jovens elegíveis para exames médicos e outros procedimentos em qualquer momento do ano.

Até agora, esta chamada era realizada em dois períodos – entre 01 de abril e 15 de julho e entre 01 de outubro a 31 de dezembro — para um serviço de um ano.

Os autores da lei acreditam que a carga de trabalho será distribuída de forma mais equitativa nos centros de recrutamento e melhorará a qualidade da formação.

As ordens de recrutamento continuarão porém a ser enviadas nos dois períodos da primavera e outono.

As forças armadas são essencialmente asseguradas por militares com contratos de serviço, enquanto os civis mobilizados são chamados para reforço do contingente em tempo de guerra, embora vários relatos indiquem pressões para que acabem por assinar um vinculo com o Ministério da Defesa.

No que respeita aos reservistas, a nova lei prevê a criação de unidades de reservistas, que assinem ou que já tenham um contrato com o Ministério da Defesa, para assegurar a defesa das infraestruturas críticas do país.

Em março, o Presidente russo assinou um decreto a convocar 160 mil russos entre os 18 e os 30 anos para cumprir 12 meses de serviço militar obrigatório.

Antes disso, em 01 de janeiro de 2024, entraram em vigor alterações no sistema de recrutamento militar, elevando a idade máxima de alistamento de 27 para 30 anos.

A iniciativa de aumentar a idade do serviço militar foi proposta no final de 2022 pelo então ministro da Defesa, Serguei Shoigu, depois de centenas de milhares de homens terem abandonado a Rússia, no seguimento da mobilização parcial em setembro desse ano para reforçar as tropas russas na invasão da Ucrânia.

Ao fim de mais de três anos, várias estimativas internacionais apontam mais de um milhão de baixas entre as forças russas no conflito no país vizinho.

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