O PSD prepara-se para iniciar uma ‘caça às bruxas’ aos militantes que concorreram em listas autónomas e que deram apoio explícito ou implícito a candidaturas adversárias do partido nas eleições autárquicas. Rui Rio, António Capucho, Marco Almeida e Guilherme Aguiar são alguns dos vários militantes que poderão ser expulsos ou sofrer outro tipo de sanções, como consagramos Estatutos do PSD. O assunto é tão delicado que, segundo apurou o CM, será um dos temas quentes da reunião de hoje do Conselho Nacional, até porque vários dirigentes nacionais alegam que esta situação foi causada por más decisões políticas na escolha dos candidatos.
Ribau Esteves, ex-secretário-geral do PSD e futuro presidente da Câmara de Aveiro, considera que “muitas das perdas que o PSD teve [nas autárquicas] resultaram de candidaturas contra o partido e de apoios de militantes a candidaturas adversárias.”
Questionado se, após esta derrotado PSD, Rui Rio estará a posicionar-se para ser candidato a líder, Ribau Esteves foi categórico: “Rui Rio devia era estar a posicionar-se para ser expulso do partido, porque foi um dos apoiantes da candidatura independente
[de Rui Moreira] contra o PSD [no Porto].”
Sem meias palavras, o ex-secretário-geral do PSD assumiu que a situação “preocupa muita gente do partido de Norte a Sul do País. ”E, em jeito de desafio a Pedro Passos Coelho, concluiu: “Quero ver se o presidente do partido vai fazer alguma coisa ou se vai assobiar para o ar.”
Luís Rodrigues, membro do Conselho Nacional, não tem dúvidas de que esta “é uma situação delicada”, pois o PSD sofreu uma pesada derrota, como reconheceu o próprio Passos Coelho. Por risso, foi perentório: “As pessoas [militantes em causa] têm de ter sanções, mas têm de ser aplicadas a todas.”
O coro de críticas é apontado a Pedro Passos Coelho, Jorge Moreira da Silva e Marco António Costa, principais responsáveis pela escolha dos candidatos do PSD às autárquicas. A eventual aplicação de sanções a Rui Rio, António Capucho, Marco Almeida e outros militantes cabe ao Conselho de Jurisdição, liderado por João Calvão da Silva.
Alberto João Jardim, cujo PSD-Madeira sofreu uma pesada derrota nas autárquicas, não participa no Conselho Nacional.