
Lisboa, 28 out 2025 (Lusa) – O PSD acusou hoje o secretário-geral do PS de querer decidir temas do Governo no parlamento, considerando que José Luís Carneiro “tropeça no mesmo erro” do antecessor, numa alusão à proposta para aumentar as pensões mais baixas.
Numa intervenção no debate em plenário do Orçamento do Estado para 2026, o deputado do PSD Alexandre Poço afirmou que o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, “aprendeu com Pedro Nuno Santos”, que o antecedeu na liderança socialista, mas “apenas metade da lição”.
“Aprendeu que os portugueses não têm paciência para novelas de orçamento”, disse, saudando o “gesto responsável” do PS de ter decidido rapidamente pela abstenção.
No entanto, o secretário-geral do PS “tropeça no mesmo erro” de Pedro Nuno Santos ao, acusou, tentar decidir temas do Governo a partir do parlamento, numa crítica à proposta socialista para o aumento permanente das pensões mais baixas.
“José Luís Carneiro, ainda vai a tempo de não repetir o erro da anterior liderança do seu partido. Os portugueses sabem distinguir quem constrói de quem destrói”, desafiou, defendendo que “este é o tempo da responsabilidade e não o tempo das aventuras” com um “orçamento sereno, firme e de esperança”.
O deputado do PSD dirigiu também críticas ao Chega, considerando que este partido faz do ISP [Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos] o “alfa e o ómega” da discussão, por ausência de argumentos para criticar aquele que diz ser um “bom orçamento”.
Pela IL, o deputado e antigo líder Rui Rocha criticou o “artifício do Governo” de se “comparar com o PS”, e afirmou que não cumpre as promessas eleitorais.
“Em tudo o que toca com promessas, não cumpre. É um Toque de Midas ao contrário, é um toque de Montenegro”, criticou.
Como exemplos, o liberal apontou uma despesa “a crescer a galope”, a falta de aposta na reforma do estado ou a situação da saúde, ironizando sobre os problemas das urgências de obstetrícia que atualmente já não se pergunta com quantos meses nasceu o bebé, “mas a que quilometro” é que nasceu.
“Com este toque de Montenegro vou sugerir que prometa menos”, apelou.
Antes do encerramento, os partidos estiveram a esgotar os minutos disponíveis, tendo pelo PS, António Mendonça Mendes, acusado o primeiro-ministro de na véspera ter feito uma afirmação falsa quando disse que “a carga fiscal dos combustíveis era inferior à da média da União Europeia”.
O ministro das Finanças pediu a palavra para que fosse feita a distribuição de documentação ao grupo parlamentar do PS e Chega que mostra que “em março de 2022, a carga fiscal sobre combustíveis era de 52,6% e na zona euro era de 50,5%”, enquanto atualmente é de 56% em Portugal e 58% na zona euro, um momento que levou a protestos da bancada socialista por ter sido feita uma intervenção e não apenas o anúncio da documentação a distribuir.
Mendonça Mendes pediu a palavra também para fazer distribuir uma notícia, neste caso uma verificação de factos do jornal online Eco, segundo o qual a afirmação de Montenegro sobre a carga fiscal estava errada.
Já o líder parlamentar do Chega aproveitou este momento para desafiar o PS a votar contra o OE2026 já que considera o documento tão mau.
“O orçamento é um assunto sério e para assuntos sérios está cá o PS para resolver”, respondeu prontamente o deputado socialista.
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