Protestos em Ottawa: Justin Trudeau fala em ameaça à democracia

Foto: Carymarules/Twitter
Foto: Carymarules/Twitter

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, chamou os protestos recentes em Ottawa de uma ameaça à democracia do país. Na carta, divulgada pelo Governo federal na noite de quarta-feira, Trudeau justifica a razão de ter dado às autoridades federais poderes para acabar com os distúrbios na capital canadiana.

Justin Trudeau chamou os protestos que estão em andamento de uma “ameaça” à democracia canadiana numa carta em que justifica os poderes de emergência dados aos premiers do país.

A carta, divulgada pelo Governo federal disse que o cansaço e a frustração com as medidas de saúde pública da Covid-19 e os mandatos de vacinas “não são mais a motivação de muitos dos participantes e organizadores (dos protestos)”.

“Estamos a ver atividades que são uma ameaça à nossa democracia e que estão a minar a confiança do público nas nossas instituições”, escreveu Trudeau.

“O Governo do Canadá acredita firmemente no direito ao protesto pacífico. Mas, como discutimos, as atividades que ocorreram em todo o país foram muito além dos protestos pacíficos”.

Trudeau declarou uma emergência de ordem pública na última segunda-feira, dando às autoridades federais poderes excecionais para encerrar os protestos após quase três semanas de distúrbios.

É a primeira vez desde a invocação da Lei de Medidas de Guerra em 1970, a antecessora da moderna Lei de Emergências, que o Governo federal concede poderes emergenciais.

O Governo de Trudeau divulgou separadamente um documento detalhado justificando as razões para declarar a lei de emergência.

O Governo avança que os protestos “se tornaram um ponto de encontro para grupos antigoverno, anti-autoridade, antivacinação, grupos de apoio a teorias da conspiração e grupos racistas em todo o Canadá e em outros países ocidentais”.

“Os manifestantes têm queixas ideológicas variadas, com exigências que vão desde o fim de todas as restrições de saúde pública até ao fim do Governo eleito”, diz o documento.