
Ílhavo, Aveiro, 28 nov 2025 (Lusa) — Duas empresas nacionais de produção de microalgas estão a usar energia solar e a reaproveitar águas residuais e dióxido de carbono nos processos de secagem e hidrólise, tornando-os mais sustentáveis, revelou hoje fonte do setor.
A transformação da produção é conduzida pelo GreenCoLab com o apoio da PROALGA — Associação Portuguesa de Produtores de Algas (PROALGA), que coordena estudos de Análise de Ciclo de Vida (LCA) e envolve as empresas nacionais associadas Necton e Allmicroalgae.
O objetivo é identificar os impactos ambientais do setor em Portugal e implementar melhorias tecnológicas que o tornem mais competitivo à escala europeia.
“Estamos a identificar os pontos críticos do processo, que geram resíduos ou gastam demasiada energia, e a atuar sobre eles com soluções concretas”, afirma Joana Silva, coordenadora da PROALGA.
De acordo com uma nota de imprensa, as análises revelaram que a fase de secagem das algas, essencial para a conservação da biomassa, é particularmente intensiva em consumo de energia, sendo este o principal foco de otimização em curso.
“Em resposta, estão a ser testadas técnicas mais eficientes, como a liofilização e o ‘spray drying’, e estuda-se a possibilidade de eliminar etapas como a hidrólise, desde que a qualidade do produto final não seja comprometida”, adianta.
As empresas produtoras Necton e a Allmicroalgae estão também a investir em sistemas que recorrem à energia solar e reutilizam a água e o carbono residual do seu próprio processo industrial, reduzindo significativamente a pegada ambiental.
A biomassa em análise inclui espécies como a ‘Chlorella Vulgaris’, rica em proteínas, vitaminas e lípidos, já produzida comercialmente em Portugal.
Segundo a PROALGA, “quando produzida com boas práticas, a ‘Chlorella’ pode apresentar uma pegada ambiental inferior à de fontes convencionais de proteína animal, como a carne bovina, ou vegetal, como a soja, conforme demonstrado por estudos comparativos”.
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