Quase nove meses após a destituição pelo exército do Presidente islamita Mohamed Morsi, as eleições presidenciais do Egito foram marcadas para 26 e 27 de maio.
O homem forte do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, à frente do poderoso exército que destituiu a 03 de julho o único chefe de Estado jamais eleito democraticamente no país, anunciou na semana passada que será candidato, prevendo os especialistas que seja eleito com uma boa votação.
O marechal Sissi, que na passada semana deixou o exército e as funções de vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa para se candidatar, ficou muito popular na sequência da perseguição mortal que fez contra os apoiantes de Morsi, incluindo a Irmandade Muçulmana. No caso de não ganhar à primeira volta terá de disputar a segunda volta a 16 e 17 de junho.
Além dele apenas um outro candidato declarou que se apresentaria ao escrutínio, o líder da oposição de esquerda, Hamdeen Sabbahi, mas segundo a generalidade dos analistas não terá um apoio significativo.
Desde julho que já morreram mais de 1.400 manifestantes a favor de Morsi, às mãos de polícias e soldados. Desses mais de 700 foram mortos num só dia no Cairo, a 14 de outubro. Quase 15.000 foram detidos, a maior parte dirigentes da Irmandade Muçulmana, que como Mohamed Morsi podem ser punidos com a pena de morte.