PRESENÇA DA LUSOFONIA NO CANADÁ

O Canadá é um dos países mais cosmopolitas do mundo e Toronto é a cidade multicultural que melhor ilustra esta realidade. Aqui residem imigrantes de mais de 170 países e os serviços camarários têm à disposição da população serviços adaptados para mais de 100 línguas diferentes. Portugal marca uma presença muito forte com gente oriunda de todos os distritos do continente e regiões autónomas.

A par dos portugueses, os italianos formaram uma das comunidades mais fortes e expressivas. Hoje, sabe-se que estão a perder as tradições culturais em consequência da total integração e rendição das novas gerações à língua que orienta e manda nas novas tecnologias, o inglês. O exemplo dos italianos está a chegar a outras comunidades e, claro está, os portugueses não fogem à regra.

Apesar disso, a língua que nos deu soberania e diferenciação desde 1139 face à vizinha Espanha, tem uma força especial e não se confina ao espaço ibérico. Ainda recentemente, em 2002, Timor-Leste adotou o português como língua oficial, precisamente para se diferenciar dos vizinhos, pondo assim de lado o tétum e o inglês.

A nossa universalidade é diferente do estilo italiano e de tantos outros. Embora saibamos adaptar-nos facilmente a outros hábitos e costumes, a nossa cultura tem raízes mais profundas e que perdurarão por mais tempo. Algumas gerações portuguesas estão a perder o nosso gás, mas é sabido que o retorno também acontece, porque a marca da lusofonia faz ressuscitar, por vezes, os valores da nossa existência.

Na área metropolitana de Toronto existem 48 clubes e associações portuguesas. Este verdadeiro capital não pode ser ignorado nem desbaratado de maneira alguma. As novas gerações devem aproximar-se e os mais velhos devem saber ceder o espaço e influências de modo a permitir a perfeita continuidade da cultura portuguesa, como principal símbolo da lusofonia.

A Associação ACAPO foi criada, essencialmente, para cumprir dois objetivos: organizar os festejos comemorativos do 10 de junho; e ser o elo de ligação entre os vários clubes e associações de forma a poderem expor as suas tradições culturais sem conflitualidade de interesses. Se a primeira ação está a ser devidamente cumprida, a segunda deixa muito a desejar. Para que a cultura portuguesa continue bem viva e sirva de exemplo a outras comunidades e às próprias autoridades do Canadá é preciso trabalhar mais no campo do associativismo e para isso a ACAPO deverá dedicar maior atenção.

Pelo nosso lado, estamos disponíveis para manter esta chama bem acesa e vamos dar maior expressão ao espaço da lusofonia, para atrair outros que falam a nossa língua e nunca a deixar morrer neste País que se caracteriza pelo multiculturismo.

A Direção