PORTUGAL NOVO

O dia 13 de maio foi uma data marcante para Portugal: primeiro, todas as atenções estavam em Fátima e na presença do Papa Francisco, que presidia ao centenário das aparições; depois, houve festa por todo o país e um pouco por todo o lado, a propósito de o Benfica se ter tornado tetra campeão a uma semana de terminar a Liga portuguesa; e, finalmente, quando na Praça Marquês de Pombal, cerca de 200 mil pessoas gritavam o nome Benfica, fez-se silêncio e passou a entoar-se o nome de Portugal, quando foi anunciado que Salvador Sobral, o representante português no Festival Eurovisão da Canção, acabava de ganhar o concurso e trazia para Lisboa o troféu mais desejado e que sempre tinha escapado a Portugal.

Enquanto isto, o Instituto Nacional de Estatística anunciou, ontem, dados referentes à economia e melhor seria difícil de antecipar. O défice está controlado e o crescimento da economia atingiu valores máximos como não se registavam há sete anos. O investimento e as exportações estão a acelerar o ritmo da economia e só falta que as agências de rating (Fitch, S&P e Moodys) certifiquem esta tendência para que se verifique uma baixa significativa das taxas de juro que o País ainda está a pagar.

Perante este cenário confirma-se o que temos dito, ultimamente, de que Portugal está na moda. O turismo está ao rubro e há zonas do País em que já não se fala de época baixa e época alta. Agora, há sempre clientes e a dinâmica de crescimento está em marcha e parece imparável.

Há quem se interrogue e tema a falta de sustentabilidade do que está a acontecer, mas o certo é que tudo está a correr de feição. Um dos principais contributos para este sucesso é a segurança que se sente e que se respira. É invisível, mas está presente e gera confiança. O melhor exemplo aconteceu neste fim de semana com a visita do Papa Francisco. Em Fátima concentraram-se mais de um milhão de pessoas e nada de anormal houve a registar.

Todas estas imagens e mensagens passam pelo mundo e cada vez mais o nome de Portugal sobe no ranking da simpatia, da felicidade e da qualidade de vida. Como dizia, no domingo, o vencedor do festival da Eurovisão, a música é universal e desta vez a língua portuguesa também foi universal. Salvador Sobral foi dos poucos que cantou na sua própria língua e, embora, a maioria não tivesse entendido nada, a certeza é que o “caneco” veio para Portugal com uma pontuação record.

Esta onda de vitória começou o ano passado quando a seleção nacional alcançou em França o título de campeão europeu. Ronaldo já estava nas bocas do mundo, mas desde então, passou a ser Portugal a ostentar, no todo, essa glória e fama. No próximo mês, a equipa das quinas volta a marcar presença na Taça das Confederações e todos nós, em todas as partes do mundo, vamos estar atentos e a puxar por mais um título para Portugal. De dramáticos e tristes passamos a ser um povo vencedor. Até já se diz que o fado, desde que passou a ser considerado património mundial da UNESCO, já se canta com mais alegria. Este é, afinal, o Portugal novo que todos ambicionávamos.

A Direção