
Lisboa, 05 nov 2025 (Lusa) — O Governo português continua, junto das autoridades da Guiné-Bissau, a procurar reverter a expulsão das delegações da Lusa e da RTP, mas sem evolução até ao momento, disse no parlamento o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Estamos permanentemente a fazer tudo ao nosso alcance para reverter a situação”, disse Paulo Rangel, respondendo a uma pergunta do Chega durante a audição conjunta, sobre o Orçamento do Estado de 2026, pelas comissões de Orçamento, Finanças e Administração Pública, dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Europeus.
O executivo está em “constante monitorização” da situação, após o Governo guineense ter anunciado, em 15 de agosto, que as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP tinham sido expulsas do país, e que a partir desse dia as emissões estavam suspensas.
“Já tive vários encontros com o meu homólogo em que esta matéria foi debatida, mas o progresso é limitado”, reconheceu Rangel, que garantiu que o Governo está preocupado e “não abandona” a questão, que tem levantado junto do executivo e do Presidente guineenses.
“A ver se conseguimos reverter estas decisões, largamente lesivas da liberdade de expressão e de imprensa e para as quais não vislumbramos nenhuma razão”, comentou o chefe da diplomacia portuguesa.
Rangel reconheceu que houve evoluções que considerou “positivas”, mas “neste momento não há nenhuma evolução”.
A decisão de Bissau foi condenada pelas autoridades portuguesas, pela União Europeia e pelos órgãos de comunicação social portugueses afetados.
Dois dias depois do anúncio guineense, o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, limitou-se a dizer que se trata de “um problema da Guiné-Bissau com Portugal”.
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