POLÍTICA A MAIS E ECONOMIA A MENOS

A Troika vai a Portugal, trimestralmente, para fazer avaliações e ditar regras, dado que o País não tem, por enquanto, autonomia financeira. Qualquer um de nós, que vive fora de Portugal, também pode visitar o País de três em três meses, embora com objetivos diferentes. Ao contrário da Troika, que pela sétima avaliação consecutiva diz estar tudo a decorrer conforme o previsto, com mais ou menos desvio ou acerto, qualquer um de nós tem uma sensação diferente.

A nossa avaliação é diferente da Troika. Portugal está triste e fora das previsões. O nosso País move-se, mas pouco se vê. O tecido produtivo está reduzido e os serviços inventam trabalho. Dificulta-se cada passo para obrigar cada um e todos a fazerem qualquer coisa, mesmo que o interesse seja nulo. Vive-se na ideia e no projeto e pouco se faz.

Um País intervencionado está sujeito a rigoroso controlo externo. Curiosamente, assiste-se a um comportamento nada compatível com a situação real. Quem visita Portugal de vez em quando, repara que não existe interesse nacional. O País não tem recursos, está sem dinheiro, o desemprego aumenta todos os dias e os jovens, embora qualificados, vêem na emigração a única saída. E em vez de se discutir Economia, em vez de se fomentar o crescimento da Economia, em vez de se procurar gerar riqueza e distribui-la, o País discute Política, os eleitos da nação são irónicos, prolixos e desajustados.

No Parlamento, a ordem do dia é o discurso do bota-abaixo. Quem está no poder vê-se obrigado a governar sem autonomia, seja quem for e, precisamente, porque o País está intervencionado. Mas quem está na oposição, também seja quem for, aproveita o descontentamento popular e apresenta ideias que à partida se sabe que nunca serão exequíveis.

Esse discurso político apresenta-se com pouca verdade e muita irresponsabilidade. Todos falam que é preciso combater o desemprego, aumentar o investimento e a competitividade. Mas como chegar lá senão forem criadas as condições de confiança e sustentabilidade?

Política a mais e Economia a menos. E quem está bem continua bem. E quem está mal, vai de mal a pior.

A Direção