O chefe de gabinete do ministro da habitação de Ontário escolheu parcelas de terreno da Greenbelt para beneficiar os promotores imobiliários. Quem o diz é a auditora-geral da província Bonnie Lysyk. O relatório conclui que mais de 90% dos terrenos em que foram suprimidas as proteções ambientais pertencem a promotores imobiliários que deram sugestões diretamente ao chefe de gabinete de Steve Clark.
A auditora-geral de Ontário afirma que os planos de desenvolvimento da Greenbelt favoreceram alguns promotores.
Bonnie Lysyk diz que estes foram favorecidos no plano, que também ignorou preocupações ambientais, agrícolas e financeiras.
A auditora-geral acrescenta que a decisão do Governo provincial de disponibilizar os terrenos da Greenbelt para habitação favoreceu os promotores ligados ao Ministério da Habitação.
Bonnie Lysyk afirma ainda que o executivo de Doug Ford também não teve em conta os riscos ambientais, agrícolas e financeiros da decisão.
Segundo Lysyk, os proprietários dos 15 terrenos retirados da Greenbelt vão poder assistir a um aumento de 8,3 mil milhões de dólares no valor das suas propriedades e a maior parte dos terrenos foram trazidos pelo chefe de gabinete do ministro da Habitação.
A investigação teve início em janeiro, depois de os líderes da oposição da província terem apresentado o pedido a Lysyk.
Alguns meios de comunicação social do Canadá sugeriram que alguns promotores imobiliários que fizeram donativos ao Partido Conservador compraram terrenos da Greenbelt, apesar de terem afirmado anteriormente que não seriam urbanizados.
O premier Doug Ford e o ministro da Habitação Steve Clark negaram as alegações.
No total, 12 das 15 parcelas de terreno removidas resultaram de sugestões de promotores imobiliários.
A Greenbelt foi inicialmente criada em 2005 para proteger de forma permanente as terras agrícolas e ambientalmente sensíveis de serem vítimas da expansão urbana.
O Governo de Ford retirou cerca de 2.995 hectares de terra da Greenbelt em dezembro passado, enquanto acrescentava mais terra noutros locais, para construir 50 mil casas. O Governo afirmou que as alterações faziam parte do seu plano de construção de 1,5 milhões de novas casas na próxima década para aliviar a crise de habitação de Ontário.