
Díli, 04 dez 2025 (Lusa) — O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, realizou hoje uma visita surpresa à casa de jogos Lotaria Dragon, em Díli, e mandou encerrar o estabelecimento.
“Vim aqui para que todos entendam o que quer dizer encerrar e realmente encerrar. Fui à Procuradoria-Geral da República, mas não tomaram a iniciativa. Os serviços são muito passivos e tive de vir pessoalmente. Enquanto chefe do Governo, ao ouvir tantas críticas no Parlamento Nacional, senti que era necessária uma decisão urgente e rápida”, disse o primeiro-ministro, citado numa nota do seu gabinete.
A polícia executou na quarta-feira um mandado do Ministério Público para realizar buscas na empresa Lotaria Grand Dragon, na Praia dos Coqueiros, e no centro comercial da capital timorense.
Na operação, foram detidas três pessoas e identificados funcionários, foram ainda apreendidos telemóveis, computadores, passaportes e boletins no valor de um milhão de dólares.
O primeiro-ministro disse também que as pessoas que operam aqueles jogos têm ligações diretas com a Indonésia, Brasil e Europa e, por isso, a polícia apenas consegue desligar os equipamentos apesar da resolução do Governo.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) alertou em setembro para a proliferação de redes criminosas em Oecussi, enclave timorense no lado indonésio da ilha de Timor, salientando que as recentes investigações mostram uma contaminação da região.
O documento da UNODC foi divulgado após uma investigação das autoridades timorenses que resultou na detenção de 10 pessoas por suspeita de envolvimento em atividade de exploração de jogos ilícitos e de burla informática em Oecussi.
No mesmo relatório, a UNODC afirma que uma pessoa “que ocupa um cargo no governo de Timor-Leste” é um dos donos de um hotel que “parece acolher empresas” com atividade criminosa.
Na sequência daquela denúncia pública, o Governo timorense determinou cancelar as licenças concedidas para exploração de jogos e apostas ‘online’, bem como proibir a atribuição de novas licenças, devido a riscos para a segurança e estabilidade social.
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