
No passado domingo, 4 de maio, Donald Trump gerou alarme no setor cultural. O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que planeia aplicar tarifas de 100% a todos os filmes produzidos fora do país. A medida ainda não tem data para entrar em vigor, mas já está a gerar preocupação no meio audiovisual canadiano.
Uma parte significativa da produção feita no Canadá é encomendada por estúdios americanos. Empresas como a Netflix ou a Disney recorrem a equipas canadianas para filmar séries e filmes em cidades como Toronto ou Vancouver, aproveitando incentivos fiscais e profissionais qualificados. Essas produções são depois distribuídas globalmente, incluindo nos EUA.
A presidente da Câmara de Toronto considera que a medida de Trump seria “devastadora” para a cidade. Olivia Chow lembra que a indústria do audiovisual emprega cerca de 30 mil pessoas e gera quase dois mil milhões de dólares por ano só em Toronto.
Também o Governo de Ontário reagiu. O Ministério do Desenvolvimento Económico considera as tarifas um “ataque direto” à economia da província. Já o Governo de British Columbia (B.C.) alerta para os riscos em projetos em curso e na estabilidade do setor.
A Casa Branca confirma que o plano está em estudo. O setor pede clareza e lembra que a indústria audiovisual representa mais de 11 mil milhões de dólares no PIB do Canadá.