
Lisboa, 07 nov 2025 (Lusa) – O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Lusa, Joaquim Carreira, disse hoje que está a ser analisado um programa de rescisões voluntárias na empresa, tendo os sindicatos convocado um plenário para a próxima quinta-feira.
Na quinta-feira, os sindicatos representativos dos trabalhadores da Lusa (sindicatos dos Jornalistas, dos Trabalhadores do Setor de Serviços e das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente, Centro-Sul e Regiões Autónomas) enviaram uma nota a anunciarem a realização de um plenário, após “o presidente da Lusa [ter] adiantado que apresentou à tutela um plano de saída de trabalhadores por acordo”.
“Ficámos a saber que enquanto andávamos em negociações afinal já estava previsto rescindir com trabalhadores e nunca os sindicatos foram disso informados”, lê-se no comunicado conjunto enviado aos trabalhadores.
Hoje, em declarações à Lusa, o PCA confirmou que as negociações continuarão e que está em causa um “plano de saídas voluntárias”, garantindo que não haverá despedimentos ou ‘lay-off’.
“É preciso qualificar, é preciso renovar e, logicamente, poderia haver uma coisa chamada, não é rescisões, é um plano de saídas voluntárias”, afirmou.
Estas declarações surgem após o anúncio, na proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), de um plano de reestruturação para a Lusa no valor de oito milhões de euros que, segundo o PCA da Lusa, depois do desconto do IVA, se traduzem em cerca de seis milhões de euros, com verbas alocadas a várias áreas da empresa.
“Contempla novos sistemas operacionais, novas tecnologias, novos investimentos em áreas em que atualmente somos mais débeis […] e em que precisamos de investir: utilização de inteligência artificial, criar uma área de inovação acoplada também com formação do ponto de vista tecnológico e reforçar e requalificar os meios humanos”, disse o PCA.
Um dirigente do Sindicato dos Jornalistas contestou o plano e asseverou que a prioridade deveria ser subir os salários, apesar de reconhecer que o orçamento não será exclusivamente para rescisões.
“Somos completamente contra, porque não entendemos a mais-valia disso. […] Para nós, o que fazia sentido neste momento é que essa verba fosse usada para melhorar os salários e as condições de trabalho das pessoas que estão”, afirmou o dirigente.
O plenário de trabalhadores da Lusa está agendado para quinta-feira, dia 13 de novembro, às 15:30, na sede da agência de notícias, em Lisboa.
AJR // CFF
Lusa/fim
