
Damasco, 30 abr 2025 (Lusa) – Pelo menos 11 pessoas morreram em novos confrontos sectários perto de Damasco na noite passasa, anunciou a agência fical síria Sana.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) tinha dito anteriormente que duas pessoas tinham morrido entre a noite de terça-feira e hoje, quando forças ligadas às autoridades sírias entraram em confronto contra combatentes drusos em Sahnaya, a cerca de 15 quilómetros a sudoeste de Damasco.
“Não dormimos a noite toda (…) estão a cair morteiros sobre as nossas casas”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) por telefone Samer Rafaa, residente e ativista em Sahnaya, onde parte da população é drusa.
De acordo com o OSDH, sediado no Reino Unido e que tem uma forte rede de fontes na Síria, um dos dois mortos em Sahnaya era um combatente druso.
Na segunda-feira, confrontos na cidade vizinha de Jaramana, de maioria drusa, perto de Damasco, fizeram 17 mortos, de acordo com o OSDH, nomeadamente oito combatentes drusos e nove membros de grupos armados que atacaram a cidade.
Na noite de terça-feira, foi alcançado um acordo entre representantes do Governo sírio e líderes drusos em Jaramana para colocar fim aos confrontos.
Os confrontos estão a revelar a violência contra as minorias na Síria, como os massacres em março contra a minoria alauita, da qual faz parte o antigo Presidente sírio Bashar al-Assad.
O ataque a Jaramana foi realizado por grupos afiliados ao Governo central, depois de uma mensagem áudio atribuída a um druso ter circulado nas redes sociais e ter sido considerada uma blasfémia contra o profeta Maomé.
A AFP não conseguiu verificar a autenticidade da mensagem e os líderes espirituais da minoria drusa condenaram qualquer ataque ao profeta.
Os drusos – uma minoria com raízes no Islão, mas com elementos distintos e esotéricos – estão distribuídos sobretudo entre o Líbano, a Síria e Israel.
O ex-Presidente Bashar al-Assad fugiu da Síria para a Rússia no dia da captura de Damasco, em 08 de dezembro, por rebeldes islamitas dirigidos pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham), cujo líder, Ahmed al-Chaara, é agora o Presidente da transição no país.
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