Paul Bernardo: Serviços prisionais vão rever decisão polémica, diz mendicino

FOTO: WIKIPEDIA
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Os serviços prisionais do Canadá estão a rever a decisão de transferir Paul Bernardo, o famoso assassino em série, de uma prisão de segurança máxima para uma prisão de segurança média. Várias personalidades políticas reagiram à polémica decisão tomada na semana passada, quando foi anunciado que Bernardo iria ser transferido para uma prisão de menor segurança.

A transferência de Paul Bernardo para uma prisão no Quebec foi notícia, depois do serviço correcional ter notificado o advogado que representa as famílias de Kristen French e Leslie Mahaffy, as adolescentes que Bernardo raptou, torturou e assassinou no início da década de 1990.

O assassino e violador em série estava a cumprir uma pena de prisão perpétua na Millhaven Institution, uma penitenciária de segurança máxima perto de Kingston, em Ontário.

Não se sabe ao certo por que razão o Serviço Correcional do Canadá (CSC, sigla em inglês) decidiu transferir Bernardo da prisão de segurança máxima em Ontário, para a Instituição La Macaza, uma prisão de segurança média no Quebec.

A agência federal divulgou um comunicado na segunda-feira, 5 de junho, reconhecendo os crimes como horríveis, mas não explicou as razões da transferência.

“Lamentamos qualquer dor e preocupação que isto tenha causado”, dizia o comunicado.

A decisão foi recebida com intensa reação por parte de muitos canadianos.

“Bernardo deveria apodrecer numa prisão de segurança máxima para o resto da sua miserável existência”, disse o premier de Ontário, Doug Ford, numa declaração.

Doug Ford disse ainda na terça-feira, 6 de junho que está a apelar a Comissária dos Serviços Correcionais do Canadá para que “se afaste, se demita, ou […] seja despedida” depois da decisão.

“Queremos que os canadianos tenham confiança nas nossas decisões. Senhora Comissária, digo-lhe que nenhum canadiano tem confiança nas suas decisões”, afirmou Ford no Queen’s Park.

O ministro da Segurança Pública, Marco Mendicino, disse que estava “profundamente preocupado e chocado com esta decisão” e que tinha manifestado o mesmo a Anne Kelly, Comissária Federal das Correções. Aliás, garantiu que o Serviço Correcional do Canadá vai rever a transferência do assassino Paul Bernardo.

“Esta manhã [terça-feira, 6 de junho] aproveitei a oportunidade para falar com a Comissária (Anne) Kelly. Disse-lhe que, como antigo procurador federal e como canadiano, estava profundamente preocupado e, mais uma vez, chocado com esta decisão. Ela garantiu-me que compreendia. Garantiu-me também que iria rever o assunto”, afirmou Mendicino.

Paul Bernardo foi ajudado pela mulher Karla Homolka a cometer os crimes. Os media apelidaram a dupla de “assassinos Ken e Barbie” devido à aparência.

Entre 1987 e 1992, o homem violou ou agrediu sexualmente pelo menos 18 mulheres e matou outras três, de acordo com o Ministério do Procurador-Geral de Ontário.