
Redação, 27 nov 2025 (Lusa) – O Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, e o Flamengo defrontam-se no sábado na final da Taça Libertadores de futebol, em Lima, podendo atingir o quarto cetro e isolar-se como o clube brasileiro mais titulado na prova.
A partir das 16:00 locais (21:00 em Lisboa), no Estadio Monumental, na capital do Peru, paulistas e cariocas vão decidir a 66.ª edição da principal competição sul-americana de clubes, cujo palmarés tem apenas vencedores brasileiros desde 2019, quando o troféu passou a ser discutido num duelo em terreno neutro, preterindo uma final a duas mãos.
Essa tendência mantém-se em 2025, com o Brasil a alcançar o recorde de 25 títulos da Argentina, cuja derradeiro triunfo foi obtido pelo River Plate diante dos compatriotas do Boca Juniors, em 2018, antes do regresso às vitórias na prova do Flamengo, então de Jorge Jesus, em 2019, em Lima, e do Palmeiras, já com Abel Ferreira, em 2020 e 2021.
Seguiram-se novo êxito do ‘mengão’, em 2022, e os inéditos troféus do Fluminense, em 2023, e do Botafogo, com Artur Jorge, sendo que três das últimas quatro finais juntaram formações brasileiras, cenário anteriormente vivido em 2005 e 2006 e repetido em 2025.
A quatro dias de se defrontarem na final da Taça Libertadores, o Flamengo colocou-se a apenas dois pontos de se sagrar campeão do Brasil ao fim de cinco anos, ao empatar na casa do Atlético Mineiro (1-1), enquanto o Palmeiras foi derrotado fora pelo Grêmio (3-2).
A duas jornadas do fim, o ‘mengão’ acumula 75 pontos, contra 70 do ‘verdão’, que tinha perdido o título em 2024 para o Botafogo e tenta agora evitar a primeira temporada sem conquistas desde a chegada de Abel, em funções desde outubro de 2020 e um dos dois treinadores mais titulados da história do clube, com os mesmos 10 de Oswaldo Brandão.
O Palmeiras está de regresso à final da Taça Libertadores pela primeira vez desde 2021, quando venceu precisamente o Flamengo (2-1, após prolongamento), em Montevideo, e alcançou os três troféus dos cariocas, após triunfos em 1999 e 2020 e derrotas em 1961, 1968 e 2000 – o ‘mengão’ só perdeu nessa edição, contra vitórias em 1981, 2019 e 2022.
Os dois finalistas iniciaram as suas campanhas na primeira fase e o Palmeiras foi a única equipa a conseguir um pleno de seis êxitos, perante os paraguaios do Cerro Porteño, os bolivianos do Bolívar e os peruanos do Sporting Cristal, somando 18 pontos no Grupo G.
Na fase a eliminar, os paulistas bateram o Universitario (4-0 no Peru e 0-0 em casa), nos ‘oitavos’, e o River Plate (2-1 na Argentina e 3-1 em casa), nos ‘quartos’, antes de terem efetuado uma reviravolta perante a Liga de Quito nas ‘meias’, ao responderem com uma goleada em São Paulo (4-0) à derrota sofrida no Equador (3-0) – a única em 12 embates.
O Flamengo começou mal, com dois empate e um desaire nas primeiras quatro jornadas da ‘poule’ C, mas apurou-se em segundo, com os mesmos 11 pontos da Liga de Quito e dos argentinos do Central Córdoba, que foram relegados para a fase a eliminar da Taça Sul-americana por terem pior saldo de golos, o primeiro critério desempate, enquanto os venezuelanos do Deportivo Táchira foram últimos e os únicos sem pontuar naquela fase.
A equipa de Filipe Luís, vencedor da Taça Libertadores pelos cariocas como jogador em 2019 e 2022, ultrapassaria, depois, os compatriotas do Internacional (1-0 em casa e 2-0 fora) e o Estudiantes nos penáltis (4-2) – após 2-1 no Rio de Janeiro e 0-1 na Argentina.
Seguiram-se os também argentinos do Racing, vencidos no Brasil (1-0), com um golo do colombiano Jorge Carrascal, que prevaleceu no reencontro em Avellaneda, apesar de o ‘mengão’ ficar reduzido a 10 futebolistas aos 56 minutos, por expulsão de Gonzalo Plata.
O antigo avançado equatoriano do Sporting vai cumprir suspensão na final, que pode ter outros jogadores com passado em Portugal – Danilo, Alex Sandro, Samuel Lino, Everton Cebolinha e Juninho Vieira, do Flamengo, e Lucas Evangelista, Felipe Anderson e Bruno Rodrigues, do Palmeiras -, no dia do 25.º êxito, e sétimo consecutivo, do Brasil na prova.
Um dos dois clubes vai igualar os quatro cetros de Estudiantes e River Plate e ficar a três dos argentinos do Independiente, recordistas destacados no historial, deixando para trás outras cinco formações, incluindo os compatriotas do Grêmio, do Santos e do São Paulo.
Ao contrário das rondas anteriores, há prolongamento e, se necessário, penáltis em caso de empate no fim do tempo regulamentar, com o vencedor a aceder à fase de grupos da Taça Libertadores da próxima campanha, à Taça Intercontinental de 2025, ao Mundial de clubes de 2029 e à Supertaça Sul-americana de 2026, na qual já estão os argentinos do Lanús, após baterem os brasileiros do Atlético Mineiro através das grandes penalidades.
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