ORÇAMENTO FEDERAL 2015: JOE OLIVER “NÃO SURPREENDIDO” COM CORTE DO BANCO DO CANADÁ

joe-oliver-20150116O ministro das Finanças Joe Oliver diz que não vai desviar-se do seu plano para entregar um orçamento equilibrado em abril, mesmo com a recente queda nos preços do petróleo.
Em entrevista à Canadian Press, no Fórum Económico Mundial, em Davos, Oliver afirmou que está a rejeitar as sugestões de que um pequeno défice do orçamento federal seria economicamente aceitável e insistiu que o governo não vai voltar a um défice.
Os comentários de Oliver, surgem um dia depois que o Banco do Canadá chocou o mundo dos negócios ao baixar a principal taxa de empréstimo em um quarto de ponto percentual, em resposta ao grande declínio dos preços do petróleo desde novembro.
O ministro das Finanças referiu que ele não tinha conhecimento antecipado da decisão do Banco do Canadá de reduzir, na quarta-feira, a taxa para 0,75 por cento, mas acrescentou que “não estava surpreendido” com o anúncio.
Desde o verão passado, o preço global do petróleo caiu de mais de 100 dólares (o barril), para menos de 50 dólares (o barril) – com a maior queda a surgir depois que o cartel do petróleo da OPEP afirmou, no final de novembro, que não iria cortar a produção para sustentar o preço.
O baixo preço do petróleo deverá manter-se durante algum tempo e muitos produtores de petróleo e gás canadianos anunciaram planos de cortar os gastos em biliões de dólares – criando um efeito dominó por toda a economia.
Impacto no orçamento equilibrado
Na semana passada, Oliver anunciou que iria adiar a divulgação do orçamento federal 2015 até abril, no mínimo.
Apesar das críticas dos partidos da oposição, Oliver sublinha que isso vai dar-lhe mais tempo para analisar a situação.
Oliver não especificou se o governo iria usar o seu fundo de contingência de 3 mil milhões para compensar a perda das receitas federais provenientes do petróleo, mas reconheceu que a sua “flexibilidade” diminuiu.
No fim de semana, o ministro do emprego Jason Kenney declarou ao programa The House, da CBC Radio, que esse fundo era para circunstâncias imprevistas e deu a entender que o governo prefere antes congelar ou cortar gastos, em vez de usar o fundo.