OPERAÇÃO MARQUÊS: MÁRIO LINO NEGA INSTRUMENTALIZAÇÃO DE SÓCRATES

LusaLisboa, 02 dez 2019 (Lusa) – Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas no Governo de José Sócrates, negou hoje em tribunal que o antigo primeiro-ministro o tenha instrumentalizado na adjudicação do comboio TGV e desejou que se faça justiça na Operação Marquês.

A testemunha, arrolada pela defesa do antigo primeiro-ministro José Sócrates, esteve mais de três horas a ser interrogado e respondeu sobre os assuntos nos quais o seu nome é referido no processo, nomeadamente a construção de uma linha de TGV (Poceirão/Caia), os contratos de construção com a Venezuela e a Oferta Pública de Aquisição da Sonae sobre a PT.

À saída, Mário Lino disse aos jornalistas que tinha estado no tribunal “para repor a verdade e para que fosse feita justiça” e que esclareceu tudo o que lhe tinha sido perguntado.

“A minha contribuição foi responder com verdade a todas as perguntas”, disse o antigo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de José Sócrates entre 2005 e 2009.

Questionado sobre se está confiante na absolvição do seu amigo José Sócrates, Mário Lino disse que “não tinha esses sentimentos” e que o desejava era “que se fizesse justiça”.

Segundo a tese do Ministério Público, Mário Lino e António Mendonça, antigos ministros das obras públicas, foram “instrumentalizados” pelo antigo primeiro-ministro, nomeadamente no negócio de adjudicação do troço de TGV Poceirão/Caia ao consórcio ELOS, do qual faz parte o Grupo Lena, um dos 28 arguidos do processo.

Mário Lino reiterou hoje no seu testemunho que Sócrates não o instrumentalizou.

A segunda testemunha hoje ouvida e também arrolada pela defesa do antigo primeiro-ministro foi Raul Vilaça Moura, que foi presidente do júri da RAVE Poceirão/Caia.

Para terça-feira está previsto o interrogatório de António Mendonça e da ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, ambos do executivo de Sócrates.

A Operação Marquês teve início a 19 de julho de 2013 e culminou na acusação a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – pela prática de quase duas centenas de ilícitos económico-financeiros.

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