ONTÁRIO COM FORTE AUMENTO DOS IDOSOS QUE RECORREM A BANCOS ALIMENTARES

O relatório 2015 OAFB aponta que 358.963 pessoas visitaram bancos alimentares em todo o Ontário, em março, que é aproximadamente a população de London, Ontário. (Getty Images / Blend Images)
O relatório 2015 OAFB aponta que 358.963 pessoas visitaram bancos alimentares em todo o Ontário, em março, que é aproximadamente a população de London, Ontário. (Getty Images / Blend Images)
O relatório 2015 OAFB aponta que 358.963 pessoas visitaram bancos alimentares em todo o Ontário, em março, que é aproximadamente a população de London, Ontário. (Getty Images / Blend Images)
O relatório 2015 OAFB indica que 358.963 pessoas visitaram bancos alimentares em todo o Ontário, em março, o que representa aproximadamente a população de London, Ontário. (Getty Images / Blend Images)

Um novo relatório da Associação dos Bancos Alimentares do Ontário (OAFB) encontrou um número crescente de idosos e pessoas solteiras que dependem de bancos alimentares para aliviar a fome. Mensalmente, cerca de 360 mil adultos e crianças estão a recorrer a bancos alimentares, em todo o Ontário, numa altura em que a insegurança alimentar se está a tornar uma realidade para um número crescente na província.
As novas estatísticas foram divulgadas na segunda-feira no Ontario Hunger Report. O relatório revela que houve mais 10.000 visitas a bancos alimentares provinciais em 2015, com 90 por cento dos clientes a serem locatários ou arrendatários de habitação social – um número que é quatro por cento maior do que no ano passado.
No total, o relatório concluiu que 358.963 pessoas visitaram bancos alimentares em todo o Ontário em março passado, um número que é aproximadamente o mesmo tamanho da população de London, Ontário. Mais de 120 mil deles eram crianças com menos de 18 anos.
A maioria dos clientes de bancos alimentares individuais estão a fazer menos de $1.100 por mês. Quando contabilizada a renda e utilidades, pouco dinheiro sobra para comprar comida.
O relatório mostra também que 49.2 por cento dos residentes do Ontário que recorrem a bancos alimentares vivem em agregados familiares unipessoais, o maior número já registado e 11 por cento mais do que era há cinco anos atrás.
A diretora-executiva da associação Sharon Lee justifica o aumento de idosos e solteiros que recorrem a bancos alimentares com a falta de habitação a preços acessíveis na província, em cima de programas de assistência e de apoio social para idosos “insuficientes”.
1 em cada 3 empregos do Ontário são precários
O relatório também aborda a natureza do aumento do trabalho precário – contrato e empregos temporários – na província como um motivo de preocupação.
Noventa por cento dos clientes de bancos alimentares vivem em habitação social ou espaços arrendados, de acordo com o relatório. Em média, os clientes de bancos alimentares gastam 70 por cento do seu rendimento com a renda, o que deixa pouco dinheiro para todas as outras despesas.
Idosos cada vez mais em necessidade
De acordo com os resultados, mais de 12 por cento de todos os cidadãos idosos do Ontário estão abaixo da Medida de Baixo Rendimento, que define e determina a pobreza. Esse número atinge 27 por cento quando se olha para os idosos que também são solteiros.
Isto é particularmente preocupante uma vez que é esperado que os idosos contem para 23 por cento da população até ao ano de 2030.
O stress em famílias unipessoais são também um motivo de preocupação no relatório. A diferença do rendimento básico para os Ontarianos nestas casas cai 33 por cento abaixo da linha de pobreza de 2014 ($19.774), enquanto que alguém no programa de apoio de inaptidão provincial cai 60 por cento abaixo desta marca.
Procura mais elevada do que antes da recessão
Ainda que o recurso a bancos alimentares se tenha mantido consistente ao longo dos últimos anos, este é ainda 14 por cento mais elevado do que antes da recessão em 2008, concluiu o relatório. Quase 45.000 mais adultos e crianças ainda estão a visitar mensalmente bancos alimentares em comparação a 2008.
Isso está em linha com as estatísticas nacionais, que mostram que o recurso a bancos alimentares ainda é 26 por cento mais elevado do que antes da recessão, de acordo com o relatório.
Fonte: CBC News