
Praia, 10 set 2021 (Lusa) – O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, descreveu hoje o antigo Presidente da República de Portugal Jorge Sampaio como “figura incontornável da consolidação da democracia portuguesa”, assumindo “profundo pesar” com a sua morte.
“Jorge Sampaio, homem de princípios, uma figura incontornável da consolidação da democracia portuguesa, reconhecido pelo seu percurso democrático e pela sua capacidade de luta contra a ditadura e de luta pelas causas da democracia, da defesa dos direitos humanos e na promoção da dignidade dos refugiados”, lê-se num extrato da carta enviada pelo primeiro-ministro cabo-verdiano ao Governo de Portugal.
No texto, divulgado pelo gabinete de Ulisses Correia e Silva, Jorge Sampaio é recordado como “uma pessoa tolerante, responsável e coerente”, que “enquanto jovem advogado, defendeu prisioneiros políticos nos anos da ditadura”.
“Quero expressar as mais sentidas condolências e transmitir em meu nome e em nome do Governo de Cabo Verde, solidariedade ao Governo português, em especial aos familiares”, refere ainda.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 1960, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto-representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.
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