O FUTEBOL ESTÁ AO RUBRO

O futebol está de férias. E apesar de ainda estarmos a cerca de um mês do reinício das competições do nosso futebol e, como previmos no final do último campeonato, este período de preparação e de constituição de grupos de trabalho e de equipas está a superar todas as expetativas. De facto, os jogadores gozaram alguns dias de descanso, mas nem todos porque houve quem participasse em diversas competições ao serviço das respetivas seleções. Os mais jovens marcaram presença nos mundiais de sub-20 e europeu de sub-21. Embora jovens já são craques e tiveram de voltar ao trabalho das suas equipas mais cedo. Por outro lado, todo o continente americano esteve em competição de seleções e muitos jogadores presentes nessas competições alinham em equipas portuguesas.

O reduzido descanso dos atletas é o reflexo da azáfama que se verifica nas cúpulas dos clubes. A primeira grande “surpresa” foi a transferência de Jorge Jesus da Luz para Alvalade. E quem pensou que essa seria a mudança do ano bem se equivocou. Os clubes portugueses, especialmente Benfica, Porto e Sporting estão a mostrar um comportamento impensável até há pouco tempo. Era costume assistirmos a adaptações e arrumações de equipas com a dimensão própria do nosso campeonato, ou seja, gastar-se pouco e vender-se o melhor possível. Mas este ano tudo se modificou e ainda não se sabe até onde isto poderá chegar. O Benfica já veio mostrar o que vale No Canadá. Espera-se que melhore.

As inscrições de novos jogadores podem acontecer até final de agosto, assim determinam as regras do futebol. Todos os anos habituámo-nos a que em qualquer momento a Liga portuguesa poderia perder este ou aquele craque. Todos os outros campeonatos tinham maior poder financeiro e desestabilizavam sempre o arranque do campeonato português. Mas pelo que estamos a assistir, este ano há uma viragem de atitudes e de intenções. A mudança de Jorge Jesus já parece cair no esquecimento quando se assiste à contratação das melhores estrelas mundiais. O Porto está a ser o mais mediático e, pelo que se assiste, os estágios e os jogos de preparação ganham outra dimensão e interesse próprios dos grandes clubes mundiais.

Na sua apresentação em Alvalade, Jorge Jesus gritou bem alto que na próxima época haverá três candidatos ao título, e disso estamos certos. A Liga portuguesa vai atingir valores nunca vistos. O futebol sempre foi um dos motores portugueses e grande impulsionador dos novos tempos. A economia está a adaptar-se, depois de um período de grandes restrições e sofrimento por uma parte considerável da população. As verbas envolvidas neste arranque de época são verdadeiros escândalos, como já se manifestou José Mourinho, mas pelas reações conhecidas dos adeptos, estes parecem não se incomodar e preferem o estrelado dos estádios às estrelas do céu.

No final, só um sairá campeão. Que seja o melhor para descanso de todos. Mas uma certeza paira no ar: os muitos milhões investidos este ano, poderão transformar-se em gastos mais à frente. É preciso é que a seleção acompanhe este bons momentos e projete o nome de Portugal por esse mundo fora.

A Direção