O adeus ao Mundial de futebol

Correio da Manhã Canadá

Têm sido dias de intensas emoções para a comunidade de língua portuguesa em todo o mundo, incluindo no Canadá. Durante semanas, os adeptos brasileiros e portugueses no país acompanharam de perto o Mundial do Qatar, provavelmente com o sentimento patriótico ainda mais à flor da pele: afinal, ‘torcer’ pelo país de origem tem um significado ainda maior quando se está longe da pátria. A esperança manteve os olhos dos adeptos colados à televisão, mas acabou por se desmoronar, contra todas as expetativas.

O Brasil, um dos grandes favoritos mundiais do futebol, deixou o sonho do hexa para trás, ao cair nos penáltis com a Croácia. Houve até quem falasse numa “maldição” dirigida à seleção, depois da forma agressiva com que um gato, batizado Hexa, foi tratado pelo assessor da CBF, Vinicius Rodrigues, durante uma conferência de imprensa.

Já Portugal, cuja presença no Mundial se revestiu de expetativas, em grande parte por ser o último de Cristiano Ronaldo, perdeu com Marrocos, num jogo repleto de tentativas falhadas e de frustração. Aqui, a “maldição” mais pareceu ter sido dirigida a Ronaldo, que invariavelmente esteve na mira da opinião pública, motivando críticas e elogios.

É uma dupla derrota para a comunidade de língua portuguesa, para a qual o futebol assume grande importância. Ainda assim, é nos momentos de perda que se retiram as maiores lições, como bem lembra Rui Patrício, nas redes sociais.

“Nas vitórias e nas derrotas caminhamos sempre juntos, de cabeça erguida e a olhar em frente! [Vamos] continuar a crescer e a aprender na vida e no desporto”, escreve o guarda-redes, que foi suplente de Diogo Costa em todos os encontros da seleção portuguesa, acabando por não fazer qualquer minuto no Mundial.

No rescaldo do campeonato, Ronaldo foi menos positivo, ainda que ponderado nas palavras, dizendo que “agora, é esperar que o tempo seja bom conselheiro e permita que cada um tire as suas conclusões”.

Há quem diga que o tempo resolve tudo e neste caso não será diferente. Mais oportunidades de vitória virão, quem sabe até num jogo entre Portugal e o Brasil. Será caso para ficarmos felizes independentemente do resultado, até porque no futebol, como na vida, mais do que ganhar, importa olhar para o lado bom de cada circunstância, sempre.