
Redação, 01 mar (Lusa) — O montante dos anúncios de empreitadas de obras públicas lançados em janeiro diminuiu 57,7% face ao mesmo mês de 2017, confirmando a tendência de abrandamento do mercado desde agosto do ano passado, informou hoje a federação da construção.
Ainda assim, e segundo a Análise de Conjuntura da Construção de fevereiro da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), as previsões para a evolução do setor em 2018 “mantêm-se favoráveis”, antecipando-se um crescimento de 4,5% no valor da produção.
De acordo com a federação, a realização de eleições autárquicas no último trimestre de 2017 motivou uma “intensificação do crescimento do montante das obras públicas lançadas a concurso logo a partir de janeiro”, tendo-se atingido um pico máximo em agosto desse ano (+91% em termos homólogos), momento a partir do qual abrandou até ao crescimento de 62% apurado no final de dezembro.
“Nessa sequência, o mês inicial de 2018 registou uma acentuada quebra homóloga, baixando o nível do investimento público, avaliado através dos anúncios de empreitadas de obras públicas, para valores que não eram observados desde 2015”, explica.
Já no que diz respeito aos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados em janeiro, a FEPICOP reporta um “crescimento sensível” face ao mês homólogo (+56%), “devido a uma obra de grande dimensão contratada no início do ano”.
No entanto, em termos de número de contratos celebrados, os 319 registados em janeiro de 2018 constituíram um mínimo dos últimos dois anos, “o que não deixa de apontar para um número reduzido de obras a iniciar num futuro breve”.
“Apesar do mau desempenho neste início de ano”, as atividades de engenharia civil deverão, segundo a federação, “beneficiar da esperada aceleração na execução dos projetos ao abrigo do programa Portugal 2020”.
Quanto ao mercado imobiliário, manteve “um forte dinamismo, a avaliar pela evolução dos preços de venda”: de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor da avaliação bancária da habitação voltou a subir em janeiro para os 1.153 euros por metro quadrado, o valor máximo dos últimos sete anos, “consolidando a ideia de que a atividade da construção de edifícios, nomeadamente a de manutenção/reabilitação de imóveis, será determinante no desempenho favorável do setor na sequência de uma procura, essencialmente externa, que se deverá manter dinâmica”, conclui a FEPICOP.
PD // CSJ
Lusa/fim
