

Milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Montreal na quinta-feira à tarde, numa tentativa de denunciar os cortes de gastos decretados pelo governo provincial, noticiou a CTV Montreal.
O protesto foi organizado pela ASSE, a associação multiescolas para a solidariedade sindical-estudantil. O principal protesto começou na Victoria Square, com outros grupos a marcharem para essa área, vindos da Phillips Square e do campus da Universidade de Concordia, no centro da cidade.
A porta-voz da ASSE, Camille Godbout, disse que o objetivo da manifestação de quinta-feira é opor-se às denominadas medidas de austeridade que estão a ser usadas para equilibrar o orçamento do governo provincial.
“O ponto deste protesto é para mostrar que o caminho ideológico tomado pelo governo provincial está a ser feito sem um consenso”, criticou. A polícia teve uma forte presença no local.
Os membros da ASSE estimaram a sua marcha com uma força de 75.000 pessoas, mas os repórteres disseram que o número estaria, provavelmente, entre 10.000 e 20.000.
Nenhuma agência oficial em Montreal forneceu estimativas da multidão.
Representantes de 130 mil estudantes votaram para manter o protesto de um dia, e muitas escolas pós-secundárias decidiram cancelar as aulas para o dia.
No entanto, os cancelamentos não são universais, com estudantes de várias escolas a votarem contra um boicote das aulas, enquanto que noutras apenas os membros de alguns departamentos decidiram protestar.
Antes do protesto começar, membros da UQAM disseram que a sua manifestação deveria ser tomada como um “ultimato” pelo governo: ou este pára com os cortes de gastos ou os manifestantes continuarão a marchar nas ruas.
O primeiro-ministro Philippe Couillard disse entender o desejo dos manifestantes em manter o status quo, mas salientou que os gastos desenfreados já não eram uma opção.
A dívida pública do Quebec é cerca de 200 biliões de dólares, e mesmo com taxas de juros muito baixas, a província gasta 11 biliões de dólares em pagamentos de juros a cada ano.