
Lisboa, 28 out 2025 (Lusa) – O candidato presidencial Marques Mendes considerou hoje os cartazes de André Ventura sobre ciganos e o Bangladesh são racistas e provocadores, mas pediu que o assunto não seja levado a tribunal, porque acredita ser esse o objetivo desta ação.
Em declarações aos jornalistas no âmbito de uma visita às instalaçãoes da associação Crevide, em Moscavide, Loures, Luís Marques Mendes reagiu aos dois cartazes da candidatura presidencial de André Ventura com as frases “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei”, afirmando que “são provocadores, são racistas e são de muito mau gosto” e que apenas têm como objetivo provocar.
“André Ventura só quer uma coisa: provocar, para ter mais publicidade. E, neste caso, eu acho que ele até quer provocar para ver se alguém lhe põe um processo em tribunal, para depois se fazer de vítima e se fazer de herói ao mesmo tempo. E eu espero que ninguém em Portugal caia nessa armadilha, de lhe pôr um processo em tribunal”, disse.
Marques Mendes defendeu que avançar com um processo contra Ventura, devido a estes cartazes, é “fazer o jogo do Chega e já chega de fazer esse jogo”, preferindo “falar de coisas positivas que estão a fazer-se em Portugal e daquelas que precisam de ser feitas”, embora compreenda que as “pessoas estejam indignadas”.
O candidato presidencial apoiado pelo PSD acrescentou também que “André Ventura não sabe construir nada de positivo” e reiterou que nunca será chefe de Estado.
“Ele só sabe fazer basicamente duas coisas. Só sabe usar uma linguagem de taberna. Foi aquilo que fez quando falou dos três Salazares. Ou então, só sabe ter cartazes e ações provocadoras. Para tentar ter mais publicidade. Atenção a uma coisa: alguém que atua desta maneira, com linguagem de taberna, e com atitudes provocadoras, não vai ser nunca Presidente da República”, atirou.
Marques Mendes recordou ainda a providência cautelar do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, contra cartazes do Chega nas últimas legislativas para lembrar que o social-democrata perdeu essa ação e defendeu que se “devia aprender com esse erro”.
Os cartazes em causa, colocados recentemente pelo país, têm sido alvo de várias críticas e oito associações ciganas anunciaram que vão apresentar queixa no Ministério Público e ponderam avançar com uma providência cautelar para que sejam retirados.
O PS também apelou do líder intervenção do Ministério Público para aplicar eventuais sanções por causa dos cartazes.
O candidato a Presidente da República e líder do Chega, André Ventura, recusou hoje retirar os cartazes com referências à comunidade cigana e ao Bangladesh, defendendo que está em causa a sua liberdade de expressão.
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