
Maputo, 07 nov 2025 (Lusa) — A polícia moçambicana deteve mais cinco envolvidos no homicídio de um motorista de transporte por aplicação, elevando o total a oito, num crime ocorrido nos arredores de Maputo que provocou indignação na sociedade, foi hoje anunciado.
Segundo a porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) na Província de Maputo, Judite Nhanengue, os cinco suspeitos foram apanhados em flagrante delito a vender a viatura da vítima, nos arredores de Maputo, capital moçambicana, enquanto os outros três foram detidos em 29 de outubro.
“Desses oito, três são confessos e respondem pelo homicídio agravado. Os outros cinco acabam envolvidos nesse homicídio por conta da tentativa de negociação para a venda da viatura do mesmo, que até chegou a efetivar a venda”, disse à Lusa Judite Nhanengue.
O crime, que teve, segundo a polícia, a motivação do roubo e venda da viatura utilizada pela vítima para o transporte de passageiros, motivou forte comoção na sociedade local e reacendeu preocupações antigas sobre a segurança dos motoristas e dos utilizadores de serviços de transporte por aplicação na área metropolitana de Maputo.
O caso remonta a 14 de outubro, quando o taxista desapareceu após aceitar um serviço através da popular aplicação de telemóvel Yango. Dois dias depois, o corpo do homem, de cerca de 40 anos, foi encontrado no município da Matola, arredores de Maputo, com sinais de agressões físicas e amarrado, o que gerou indignação nas redes sociais e pedidos de justiça da família e sociedade, inclusive com a mobilização de outros motoristas que trabalham neste tipo de transporte.
Em março, ativistas moçambicanas mostraram-se preocupadas com supostos sequestros e assassínios de mulheres na capital, associados, principalmente, aos transportes chamados através de aplicações e que relacionaram com tráfico de órgãos, casos que a polícia dizia desconhecer.
Na mesma data, a ativista Leonor Mabunga, do Observatório das Mulheres, criticou, entre outros, a falta de garantias de segurança por parte das empresas gestoras dos ta´xis para as mulheres que usam estes meios e o aparente “desinteresse” das autoridades moçambicanas sobre esses crimes.
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