
Brasília, 09 out 2025 (Lusa) — O Presidente brasileiro enalteceu hoje a relação com a China e a amizade com o Presidente Xi Jinping durante a inauguração de uma fábrica da empresa chinesa Build Your Dreams (BYD), no estado da Bahia.
“Eu me considero amigo do Presidente Xi Jinping e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nos tratamos como dois países importantes do Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz”, frisou Lula da Silva.
“Queremos ser respeitados e tratados com muita decência”, disse, na cidade de Camaçari, no estado da Bahia (nordeste), local da nova fábrica da BYD que representou um investimento de 5,5 mil milhões de reais (887 milhões de euros).
Lula da Silva fez ainda uma alusão às relações com os Estados Unidos, que estão a passar por um período de turbulência sem precedentes.
“A gente quer estar bem com a China, a gente quer estar bem com os EUA, a gente quer estar bem com a Argentina, a gente quer estar bem com o Uruguai, a gente quer estar bem com Bolívia. Não queremos estar mal com nenhum país”, garantiu.
O fundador e presidente da BYD, Wang Chuanfu, presente no evento, destacou que se trata da maior fábrica da empresa fora da Ásia.
Segundo o empresário, o objetivo é reforçar a presença da BYD no mercado brasileiro, mas também usar a nova fábrica como base para exportações para outros países da América Latina.
No primeiro ano, a BYD estima uma capacidade de produção de 150 mil veículos elétricos e híbridos por ano, número que deverá duplicar até 2027, quando também passará a produzir camiões, autocarros, baterias e motores.
Os automóveis elétricos, em grande parte de origem chinesa, têm uma presença crescente no Brasil e, segundo dados do setor, até agora, em 2025, representam 10% das vendas no mercado nacional.
A construção desse complexo industrial chegou a ser suspensa no final do ano passado devido a uma denúncia do Ministério Público, que afirmou ter descoberto que cerca de 200 trabalhadores chineses trabalhavam nas obras em condições análogas à escravatura.
A BYD responsabilizou pela situação duas empresas encarregadas da execução das obras, com as quais rescindiu os respetivos contratos, após afirmar que “não tolera desrespeito pela lei brasileira e pela dignidade humana”.
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