Brasília, 02 dez 2025 (Lusa) — O Presidente brasileiro, Lula da Silva, anunciou hoje novos investimentos da petrolífera estatal Petrobras, no valor de 12 mil milhões de reais (1.967 milhões de euros), que permitirão ampliar a capacidade de processamento da maior refinaria do país.
Com esse investimento, a unidade duplicará a sua capacidade até 2029, passando dos atuais 130 mil barris de petróleo por dia para 260 mil, segundo a estatal Petrobras, responsável pela refinaria Abreu e Lima.
Lula da Silva afirmou, na cerimónia, que estes novos investimentos são “uma demonstração de que o Brasil é um país soberano, que tem na Petrobras a sua maior empresa e que o dinheiro que produz é aplicado em mais emprego e melhores salários para o povo brasileiro”.
De acordo com a empresa estatal, só as obras de ampliação vão gerar cerca de 15 mil postos de trabalho, que se somarão aos 5 mil que já operam atualmente na refinaria, situada na zona metropolitana do Recife, capital do estado de Pernambuco.
O Brasil é um dos dez maiores produtores de crude do mundo e anunciou também hoje que alcançou um novo recorde em outubro, ao extrair 5,2 milhões de barris por dia de petróleo e gás natural equivalentes.
A refinaria Abreu e Lima foi concebida em 2004 por Lula da Silva, então no seu primeiro mandato, e pelo falecido Presidente venezuelano Hugo Chávez, como um grande projeto de integração entre a Petrobras e a petrolífera estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela).
Mas a empresa venezuelana não apresentou as garantias necessárias para o financiamento e a Petrobras avançou com a iniciativa sozinha, apesar de ter enfrentado diversas paralisações, incluindo investigações por alegada corrupção.
A unidade acabou por iniciar operações em 2014 e permaneceu nas mãos da Petrobras, apesar das tentativas de privatização dos governos conservadores que o país teve entre 2016 e 2022.
O próprio nome da refinaria remete para a amizade entre Hugo Chávez e Lula da Silva. Foi batizada em homenagem a José Inácio de Abreu e Lima, um militar brasileiro que, no século XIX, se juntou ao exército de Simón Bolívar e combateu nas guerras pela independência da Venezuela, Colômbia e Equador.
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