

(CARLOS BARROSO)
Empresário das telecomunicações viveu cinco dias de terror, sob ameaça de ser executado a tiro por um desconhecido caso não pagasse 75 mil euros.
Quando chegou ao carro, sexta-feira de manhã, o conhecido empresário do ramo das telecomunicações gelou ao ler o papel que encontrou no para-brisas. Alguém estava contratado para o executar atiro, em Lisboa. E não sabia quando nem onde. Era um alvo em movimento. Viveu cinco dias de terror. E a ser extorquido por alguém que dizia ser o executante. Exigia 75 mil euros para não cumprir a ordem.
O pesadelo do empresário só acabou na manhã de ontem, no Restelo–depois de a vítima ter passado de carro pelo local combinado, por telefone, e depositado dois sacos pretos do lixo com as supostas notas num valor total de 75 mil euros. Minutos depois chegou o chantagista, para levantar o dinheiro, mas já lá estavam os agentes da 4ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP, sob a coordenação da Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa.
Foi preso em flagrante e vai ser hoje presente ao juiz de instrução, no Campus de Justiça, para aplicação de medidas de coação até ao julgamento. Confessou o crime – não foi contratado por ninguém para matar a tiro o empresário e o que o movia era uma situação pessoal de desespero financeiro.
Como também trabalha no ramo das telecomunicações, aquele empresário despertou-lhe a atenção – era o alvo ideal para ser extorquido: descobriu facilmente onde a vítima vivia, arranjou o seu número de telemóvel, e sabia que era alguém que, numa situação de pânico, disponibilizava facilmente 75 mil euro sem dinheiro.