Liberdade a mais a extremismos?

Correio da Manhã Canadá

Obrigado aos que resistiram ao fascismo que hoje levanta de novo a cabeça”, escreveu o conhecido jornalista português Daniel Oliveira na sua rede social no dia em que Portugal celebrava o 25 de Abril, dia da nossa liberdade. Daniel Oliveira enfoca o fascismo e com razão, já que a Europa estava a tremer no último domingo. Sim, caro(a) leitor(a). Vivemos em liberdade, a maioria aceita-a, mas há quem sonhe com o regresso da extrema-direita à Europa.

França, 24 de abril de 2022, Emmanuel Macron ganhou com 58,5% dos votos dos eleitores. Marine Le Pen, líder da extrema-direita, ficou em segundo nas presidenciais gaulesas com 41,5%. Na verdade, o fascismo volta a ensombrar os países europeus. Em Portugal, o Chega não fazia mossa, mas deram-lhe palco. Agora, cresce a olhos vistos. É a terceira força política em Portugal. Cada vez a galgar terreno, porque demos liberdade. Terá sido a mais? No fundo, a coerência deve imperar nestes casos. Nem todos gostamos do mesmo, também nem todos os apoiantes do Chega são racistas. Melhor, nem todos os apoiantes do PCP não gostam da Ucrânia e estiveram contra a atitude que assombrou todo o parlamento português. Não os podemos difamar. Podemos dizer que é vergonhosa, mas baixinho. Somos livres de o dizer. Eles e nós estamos no direito. Usufruímos da liberdade. Do nosso lado, temos, claramente, o poder de usar o tribunal das redes sociais. Se os políticos forem mais ponderados, podem usar e abusar delas com maestria. É lá que ganham votos. Acham que não? Daqui a quatro anos falamos do PCP.

Não é necessário abafar as minorias, usá-las a seu bel-prazer. Dar liberdade aos que não têm voz. Fazer o que Rudy Cuzzetto faz no Canadá. O candidato do Partido Conservador foi descrito por Hazel McCallion como um homem que vive para a comunidade. Recordemos que a ex-autarca de Mississauga é alguém que tem um apreço assinalável pela comunidade portuguesa. Julie Dzerowicz representa uma grande fatia de moradores de Davenport que são luso-canadianos. É disto que falamos: de pessoas que apoiam asminorias e que não lhes calam a sua liberdade de querer sonhar, desde que o extremismo permaneça enterrado no passado.