JOVENS DE OURIQUE FORAM A ENTERRAR

Familiares choram lágrimas de dor e sofrimento em cerimónias cobertas pelas capas negras dos colegas dos jovens que perderam a vida
Familiares choram lágrimas de dor e sofrimento em cerimónias cobertas pelas capas negras dos colegas dos jovens que perderam a vida
Familiares choram lágrimas de dor e sofrimento em cerimónias cobertas pelas capas negras dos colegas dos jovens que perderam a vida
Familiares choram lágrimas de dor e sofrimento em cerimónias cobertas pelas capas negras dos colegas dos jovens que perderam a vida

Lágrimas de revolta, capas negras e um ambiente de dor uniram as cerimónias fúnebres dos cinco jovens que perderam a vida, no sábado, num violento acidente em Ourique. As famílias continuam a questionar o que terá sucedido na violenta colisão, no IC1.
“Leva-me antes a mim, por favor”, dizia a mãe de Mafalda Pinto Maia, em pranto, enquanto a urna descia as escadas da igreja de Espinho, na tarde de ontem. À saída do funeral, as capas académicas dos colegas da vítima, que era aluna da Universidade de Coimbra, taparam a escadaria da igreja.
“Nem acredito que perdi a minha netinha”, desabafava a avó, amparada pelos familiares.
Um amigo de Mafalda tentou dar força aos pais da jovem, tocando uma música com palavras de alento, durante a cerimónia. Vários elementos dos Bombeiros de Espinho, onde trabalhou o pai da jovem durante anos, fizeram um cordão em volta da urna, acompanhando-a até ao cemitério, onde foi sepultada.
Em Varziela, Felgueiras, o ambiente era de silêncio comovente. Uma amiga de Sílvia Gomes leu um texto dedicado à jovem, pedindo coragem à família. Quando o caixão descia à terra, uma tia não aguentou a emoção. “Não quero ver para onde vais”, disse. Alguns familiares tiveram mesmo de sair em braços do cemitério.
João Alfaro, de 22 anos, foi a enterrar entre centenas de amigos, no Entroncamento. Estavam emocionados, tal como os familiares do estudante de Medicina. À saída da Igreja de São João Baptista, os colegas estenderam as capas negras e o caixão foi transportado pelos universitários. Com os rostos carregados de dor, amigos e familiares seguiram em cortejo até ao cemitério da cidade.
Na igreja de Borbela, Vila Real, centenas disseram o último adeus a Ricardo Correia. “Parece-nos que a vida é cruel, mas o Ricardo foi tirado da desgraça para se sentar junto de Deus”, disse o pároco. O final da missa ficou marcado por uma emocionante salva de palmas, que rasgou o silêncio da cerimónia.