Israel e EUA insistem que destruíram programa nuclear iraniano

Washington, 18 jul 2025 (Lusa) – O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e o homólogo israelita, Israel Katz, insistiram hoje que os bombardeamentos contra instalações nucleares do Irão em junho destruíram o programa deste país para desenvolver uma bomba atómica.

Numa reunião em Washington, Hegseth felicitou Katz pela operação militar israelita contra o Irão, o ataque contra importantes instalações nucleares e militares da República Islâmica, que desencadeou em 13 de junho a chamada Guerra dos Doze Dias.

Esta operação “mudou a região e o mundo” e é “o exemplo de porque Israel é um aliado modelo”, pelo seu poderio e capacidade de “reconhecer as ameaças coletivas à segurança que enfrentamos”, sublinhou o secretário de Defesa dos EUA.

Hegseth também mencionou a operação militar que Washington lançou na mesma altura sobre três centros-chave de processamento de urânio iranianos, e insistiu que esta “destruiu” as instalações atacadas, um comentário dirigido aos meios de comunicação que “parecem não compreender isto”.  

Na quinta-feira, vários meios de comunicação norte-americanos noticiaram que a mais recente avaliação dos serviços de informações de Washington indica que uma das três instalações de enriquecimento nuclear atingidas no Irão foi praticamente destruída, atrasando significativamente os trabalhos no local.

Cinco funcionários atuais e ex-funcionários conhecedores do relatório disseram à NBC News que, contudo, as outras duas instalações não sofreram danos tão graves e podem ter sido danificadas apenas a ponto de permitir a retoma do enriquecimento nuclear nos próximos meses, se o Irão assim o desejar.

O relatório foi apresentado nos últimos dias a alguns legisladores norte-americanos, funcionários do Departamento de Defesa e países aliados, segundo a NBC News.

O Comando Central norte-americano tinha desenvolvido um plano muito mais abrangente para atacar o Irão, que envolveria atingir três locais adicionais numa operação que se estenderia por várias semanas, em vez de uma única noite, mas o Presidente Donald Trump rejeitou-o.

Apesar da insistência do executivo Trump sobre o sucesso da operação, especialistas e organismos como a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não conseguiram confirmar que a opeação, designada “Martelo da Meia-Noite”, tenha conseguido minar significativamente as capacidades do programa nuclear iraniano.

Ao lado de Hegseth, Katz agradeceu hoje a determinação de Trump em apoiar Israel contra o Irão, também reivindicando sucesso.

“Juntos destruímos o programa nuclear iraniano; digo isto a todo o mundo”, reafirmou Katz.

“O nosso objetivo comum continua a ser impedir que o Irão tenha um programa nuclear e a produção em série de mísseis”, acrescentou o ministro israelita

Washington e Telavive têm “uma aliança muito próxima” e continuarão a “fortalecê-la”, frisou.

Hegseth acrescentou que ambas as operações militares “proporcionam agora oportunidades incríveis” para a região e expressou a sua esperança de que o Irão opte “pela paz”.

“Estamos firmemente do lado de Israel e estamos empenhados em reforçar o seu direito à autodefesa”, afirmou o responsável máximo do Pentágono.

A visita de Katz a Washington ocorre num momento marcado pelas tentativas de alcançar um cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Hamas.

As negociações também visam a libertação dos reféns nas mãos do movimento islamita, considerado terrorista por Estados Unidos e Israel.  

O diretor dos serviços de informações israelitas (Mossad), David Barnea, visitou esta semana a capital norte-americana, noticiou hoje o site informativo Axios.

Segundo a mesma fonte, Barnea reuniu-se com o enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, com o objetivo de que Washington ajude a convencer países terceiros a aceitar o controverso plano de receber centenas de milhares de palestinianos de Gaza.

 

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