Investigadores da U of T criam cápsula que deteta inflamação

Foto: U of T

Um comprimido que muda de cor ao detetar inflamação intestinal. É esta a promessa da equipa internacional de cientistas que criou o dispositivo PRIM – sigla em inglês para “Pílula de Monitorização de Inflamação Sensível a ROS”.

Entre os líderes do projeto está a investigadora Caitlin Maikawa, da Universidade de Toronto, no Canadá, em colaboração com especialistas da Harvard Medical School e do Brigham and Women’s Hospital.

O funcionamento é simples: a cápsula contém um corante azul inofensivo, libertado apenas quando há sinais de inflamação no intestino. O resultado é visível nas fezes e na água da sanita, permitindo ao doente identificar alterações sem exames invasivos ou análises laboratoriais.

As doenças inflamatórias do intestino afetam mais de sete milhões de pessoas em todo o mundo. O seu acompanhamento depende da deteção precoce de surtos inflamatórios, mas os métodos disponíveis apresentam limitações. Colonoscopias são eficazes, mas pouco práticas para uso frequente. Os testes laboratoriais são menos invasivos, mas nem sempre aceites pelos pacientes.

O comprimido PRIM foi testado em modelos pré-clínicos, com uma taxa de acerto de cerca de 68%. Além disso, poderá ser produzido a custos muito reduzidos, inferiores a cinquenta cêntimos por unidade, tornando-o acessível a populações com menos recursos.

Os investigadores estão agora a trabalhar em melhorias, nomeadamente no aperfeiçoamento dos polímeros que revestem a cápsula e no aumento da precisão da deteção. O objetivo é aproximar o dispositivo da utilização clínica e integrá-lo, futuramente, em soluções digitais de saúde.

Os cientistas acreditam que este comprimido poderá tornar a monitorização da inflamação intestinal tão simples como observar uma mudança de cor.