Começaram na segunda-feira os testes em seres humanos de uma vacina experimental contra o Ébola, de fabrico canadiano, com as autoridades federais a afirmarem que esta poderá ser enviada para a África Ocidental dentro de meses, se for bem sucedida.
A ministra da Saúde, Rona Ambrose, disse que o lançamento do primeiro teste clínico da vacina representa um passo promissor na campanha global para conter o vírus, que a Organização Mundial de Saúde indicou ter representado já a morte de mais de 4.000 pessoas.
Vinte frascos da vacina foram enviados para o Walter Reed Army Institute of Research in Maryland para testes em cerca de 40 voluntários saudáveis.
De acordo com Ambrose, a Fase 1 da experimentação vai determinar se a vacina criada pela agência de Saúde Pública do Canadá e conhecida como VSV-EBOV é segura para uso humano. Também vai determinar o nível de dosagem adequado e testar possíveis efeitos secundários.
Estudos em primatas mostraram que esta vacina funciona em primatas, tanto para prevenir a infecção, quando administrada antes da exposição ao vírus, como para aumentar as possibilidades de sobrevivência quando administrada rapidamente após a exposição.
O oficial-chefe da saúde pública do Canadá, Dr. Gregory Taylor, adiantou que os resultados do teste em seres humanos são esperados até dezembro, e se for bem sucedido, a próxima etapa será testar numa amostra humana mais ampla, incluindo aqueles que lidam diretamente com os casos de Ébola na África Ocidental.
Uma pequena empresa americana chamada NewLink Genetics detém a licença para a vacina e vai organizar os ensaios.
A NewLink referiu no início deste mês que, pelo menos, cinco ensaios clínicos envolvendo a vacina logo estariam em curso nos Estados Unidos, Alemanha, Suíça e num país Africano (não especificado) que não está a lutar contra o Ébola. Também o governo canadiano indicou que queria realizar um teste no país.
O objectivo destes primeiros testes é verificar se a vacina é segura para uso humano e que quantidade da vacina é necessária para gerar o que se espera seja uma resposta protetora nas pessoas.
Outra vacina candidata a lidar com o Ébola, criada nos laboratórios dos Institutos Nacionais de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, foi licenciada para a gigante farmacêutica GlaxoSmithKline (agora conhecida como GSK). O primeiro ensaio clínico com essa vacina, chamada CAD3, começou no início de setembro.
Não houve notícias de casos canadianos e as autoridades de saúde acreditam que o risco do Ébola emergir se mantém muito baixo.