

Após uma fase em que vários analistas disseram que o mercado imobiliário iria abrandar, a realidade começa a dar-lhes razão. Os preços e a construção continuam a aumentar, mas o ritmo deverá começar a abrandar nos próximos dois anos, à medida que os investidores começarem a olhar para o excesso de oferta existente no mercado.
No final deste ano, deverão ter começado a ser construídos entre 179 600 e 189 900 fogos, podendo atingir as 203 200 unidades em 2015, antes da construção começar a diminuir, de acordo com a Canada Mortgage and Housing Corp.
“As tendências mais recentes, revelam um aumento na construção de novas habitações, o que se deve sobretudo a questões demográficas”, declarou Bob Dugan, economista chefe da CMHC.
“Contudo, a nossa última previsão aponta para um abrandamento das novas habitações, com os construtores mais interessados em escoarem os fogos já existentes, em vez de se preocuparem em construir novos edifícios”.
A previsão relativa à construção residencial para 2014-15, dá continuidade a um relatório anterior, no qual a CMHC revelava que, entre junho e julho deste ano, o número de novos fogos construídos teve um aumento muito pouco significativo. Na altura, aquele organismo considerou que “esperava uma quebra gradual no mercado da construção residencial canadiano”.
A CMHC estima que as vendas de imóveis se situem entre 450 800 e 482 700 unidades, em 2014, e entre 455 800 e 502 900 unidades no próximo ano. Quanto aos preços médios de venda, deverão situar-se entre 394 700 e 405 700 dólares, este ano, subindo ligeiramente em 2015, para um intervalo entre 396 500 e 416 900 dólares.
Isto significa que em 2014, os preços médios deverão aumentar 4,8 por cento, enquanto em 2015, o crescimento não deverá ser superior a 1,8 por cento.
Entretanto, um outro relatório, divulgado pelo Teranet-National Bank destaca o fato de o índice de preços ter aumentado 4,9 por cento em julho, relativamente ao mesmo mês de 2013. Em junho, o mesmo índice, que acompanha as vendas de habitações unifamiliares, situava-se em 4,4 por cento.
Se analisarmos numa base mensal, o índice cresceu 1,1 por cento em apenas um mês.
A cidade de Calgary foi a que registou um aumento de preços mais significativo, com 8,2 por cento, seguindo-se Hamilton (7,1%), Toronto (6,6%) e Vancouver (6,1%).
Ao contrário do que sucedeu nos Estados Unidos, o mercado imobiliário canadiano tem evitado correções. O setor da construção residencial tem crescido de uma forma sustentável, mesmo numa altura em que a economia mundial luta para continuar a crescer.
As baixas taxas de juro praticadas no crédito à habitação no Canadá têm vindo a levantar preocupações quanto ao volume de crédito concedido aos investidores e fizeram com que o governo Federal apertasse as regras do crédito desde a recessão de 2008-09.
Mesmo assim, o ministro das Finanças Joe Oliver espera uma descida gradual do mercado da construção residencial “Como é óbvio, estamos cientes de que os preços podem continuar a subir, mas agora de uma forma muito menos acentuada”, disse, acrescentando que “sabemos que as baixas taxas de juro praticadas no crédito à habitação têm motivado o comportamento do mercado.
Estamos a acompanhar o que está a acontecer, mas não estamos preocupados.